Pessoas 50+ são maioria em cargos de CEO, segundo estudo global

São Paulo, 20/06/2025 - Uma análise feita pela empresa de consultoria de lideranças Russell Reynolds Associates aponta que a maioria dos Chief Executive Officers (CEOs) tem mais de 50 anos de idade. O estudo considera dados de 1.822 empresas listadas nas principais bolsas de valores globais, incluindo índices como S&P 500, FTSE 100, ASX 200, CAC 40, DAX 40, Euronext 100, FTSE 250, Hang Seng, Nikkei 225, NSE Nifty 50, S&P/TSX Composite e STI.

Entre os homens, 83% têm mais de 50 anos de idade. Já entre mulheres, 81% estão nessa faixa etária. Em ambos os casos, a maioria dos executivos tem entre 50 e 59 anos.

Os dados mostram também um tímido avanço na presença feminina no alto comando corporativo. No primeiro trimestre de 2025, apenas 13% das nomeações para cargos de CEO foram de mulheres. O valor é quase o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior, quando somente 7% das indicações eram do sexo feminino. No total em 2024, elas representaram cerca de 11% de todas as nomeações.

Flávia Leão, sócia-diretora da Russell Reynolds e country manager da empresa no Brasil, diz que, mesmo com o aumento da participação feminina, nesse ritmo a equidade de gênero nos cargos de alto escalão só será alcançada em 72 anos, e completa:

“É fundamental que empresas e conselhos de administração assumam papel ativo na promoção da equidade de gênero. Isso inclui revisar e estruturar o planejamento sucessório, além de oferecer suporte contínuo às líderes. A transformação cultural dentro das organizações é essencial para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de sucesso e investir no desenvolvimento de lideranças femininas é uma estratégia indispensável para o futuro corporativo”.

A pesquisa também aponta que as executivas CEO têm uma probabilidade significativamente maior de deixar o cargo em comparação aos homens. Quase um quarto (24,1%) delas deixa a posição em até dois anos após a nomeação, mais do que o dobro da taxa observada entre os homens. Elas também têm quatro vezes mais chances de permanecer por menos de 12 meses na função.

Outra análise da Russell Reynolds aponta que isso está relacionado a quatro fatores, incluindo a maior chance de mulheres serem demitidas, independentemente de sua performance, a maior exposição ao escrutínio e preconceito por parte da mídia, e até o fato de que mulheres e outros grupos sub-representações são mais promovidos em tempos desafiadores para as empresas, colocando-os diante de potenciais falhas.

Troca de CEOs recuou 21% no primeiro trimestre de 2025 

A pesquisa mostra ainda que a troca de CEOs dentro das empresas caiu 21% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado. Após um ano recorde em substituições de executivos-chefes em 2024, o resultado de janeiro a março reflete que as empresas estão priorizando a estabilidade na liderança para garantir continuidade estratégica e operacional. As saídas de CEOs por planejamento sucessório aumentaram de 21% para 28%, indicando um avanço nas trocas de liderança realizadas de forma programada.

“Este início de ano mais estável é um reflexo ao ambiente de incerteza, em que mudanças constantes no alto escalão aumentam os riscos operacionais e estratégicos, gerando instabilidade. Além disso, é um indicativo de que os conselhos de administração têm investido mais em planejamento sucessório, priorizando transições mais estruturadas e menos repentinas”, afirma Leão.