São Paulo, 17/06/2025 - Estudo da McKinsey & Company aponta que apenas o uso de Inteligência Artificial generativa poderia gerar até US$ 4,4 trilhões em valor por ano, volume financeiro equivalente ao PIB da Alemanha. O maior impacto, segundo Lucho Salcedo, senior partner da consultoria, será em áreas como marketing, vendas, em empresas de varejo e bens de consumo.
“Só em vendas e marketing, o potencial de impacto é de US$ 1,2 trilhão. E quando olhamos para o varejo, falamos de até US$ 390 bilhões. É um salto de produtividade inédito”, destacou Salcedo em painel promovido pela McKinsey & Company com executivos da América Latina.
O desafio agora é transformar esse potencial em realidade. Salcedo conta que 89% dos projetos de IA falham ao tentar escalar. “Muitas empresas fazem pilotos, mas não conseguem implantar de forma estruturada. Falta clareza de valor, cultura de adoção e liderança ativa”, avaliou o executivo.
O painel apresentado pela consultoria também enfocou o conceito de agentes inteligentes como uma das grandes promessas na atual onda de automação. A McKinsey enfatiza que os novos sistemas de IA são capazes de executar tarefas com autonomia, imitando o raciocínio humano e interagindo com clientes de maneira contextualizada. Segundo a consultoria, são trabalhadores digitais que já estão sendo contratados por empresas de varejo, bancos e indústrias.
Javier Mata, CEO da Yalo, plataforma inteligente de vendas latino-americana, afirmou ainda que “a promessa da digitalização falhou em muitos pontos”. “Sites ainda convertem apenas 0,3 de cada 10 visitantes. Lojas físicas convertem 3. O que falta? Um bom vendedor. Os agentes de IA estão trazendo isso de volta para o digital”, disse Mata no painel. Para o executivo, as empresas que postergarem a adoção de IA enfrentarão barreiras competitivas difíceis de reverter.
Conforme a McKinsey, possuir a tecnologia não é suficiente. É necessário ter uma estratégia de negócio bem estruturada, que deve contar com clareza do valor a ser gerado, stack tecnológico flexível, talentos treinados em IA, estratégia de dados e produtos reutilizáveis e cultura organizacional preparada para adoção das ferramentas.
“Não basta integrar um modelo como o ChatGPT e esperar resultado. Um agente em produção exige arquitetura robusta, curadoria de respostas, testes de escala e integração com sistemas de negócio”, complementou Mata.
Ele reforçou que as empresas que vencerem a corrida da IA não eliminarão empregos, mas terão uma transformação nos papéis e maior eficiência de operação. “O vendedor, por exemplo, deixa de ser um operador de tarefa repetitiva e passa a ser um estrategista de relacionamento e crescimento. A IA cuida do volume, o humano cuida do valor”, concluiu o executivo.
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