Aumento para 30% do etanol na gasolina vai reduzir preço na bomba, diz ministro

Brasília e São Paulo, 25/06/2025 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a elevação da mistura do etanol de 27% para 30% a partir de 1º de agosto vai gerar nova redução no preço da gasolina ao consumidor final. “Teremos nova redução de preço na bomba. Agora, com o E30, seremos exportadores de gasolina. O Preço de Paridade de Importação (PPI) será substituído pelo Preço de Paridade de Exportação (PPE)”, afirmou Silveira, durante o evento “Combustível do futuro chegou: E30 e B15”. “Isso é soberania energética”, defendeu o ministro. 

Na cerimônia, o governo federal anunciou a elevação do porcentual mínimo de adição do biodiesel ao óleo diesel de 14% para 15% e do etanol na gasolina tipo C de 27% para 30% a partir de 1º agosto. A medida foi deliberada em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na manhã desta quarta-feira com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o ministro, a redução do preço da gasolina vai representar uma economia de R$ 1.800 por ano para motoristas de aplicativo. “Esse dinheiro significa aumento do poder de compra do trabalhador. O Brasil se torna também mais preparado para enfrentar períodos de instabilidade geopolítica, como esse que, infelizmente, estamos vivendo. É soberania”, defendeu Silveira.

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O ministro disse ainda, se dirigindo ao presidente Lula, que o País está vencendo a “batalha” do preço dos combustíveis para mantê-los cada vez mais baratos na bomba ao consumidor. “Isso é fundamental para manter um círculo virtuoso da economia por meio do combate à inflação. Com o fim do PPI, o preço da gasolina hoje é mais barato do que em dezembro de 2022”, afirmou. No caso do diesel, o ministro detalhou que a diferença foi maior, com o preço do óleo saindo de R$ 6,49 por litro em dezembro de 2022 para R$ 6,12 por litro em maio deste ano.

Lula

Em seu discurso, Lula refutou o argumento de que há competição de uso de commodities agrícolas para produção de biocombustível e produção de alimentos. "Muita gente dizia que se fôssemos fazer biodiesel ia faltar alimentos no mundo. O Brasil não precisa desmatar para crescer. Não tem possibilidade de alguém fazer discurso de que biocombustível compete com alimento", afirmou.

O presidente ainda disse que o petróleo irá garantir o financiamento da transição ecológica, ao se referir à exploração na Margem Equatorial, que inclui a região da foz do Rio Amazonas.

Lula, durante o evento

Fraudes

Silveira também afirmou que o governo federal está intensificando o combate às fraudes no setor de combustíveis, com medidas duras contra adulterações e crimes ligados ao mercado. "Aqui é tolerância zero ao crime organizado", declarou. Segundo ele, o ministério vem trabalhando para "dar um basta em quem usa o setor para lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis e sonegação de impostos".

O ministro também destacou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi cobrada a cumprir seu papel com mais rigor: “Cobramos da ANP que cumpra seu papel de fiscalização”.

. O ministro também agradeceu ao setor privado pela doação de equipamentos de medição de teores de mistura, que serão utilizados por órgãos de fiscalização em distribuidoras e postos.

Para combater o problema, a força-tarefa do governo conta com uma “sala de situação permanente”, reunindo o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). “Sei da importância dessas medidas e, por isso, estamos apertando o cerco”, reforçou Silveira, que ainda disse que já foram implementadas dez medidas para reforçar o cerco às fraudes e condutas ilícitas.

Importação

De acordo com o ministro,  a elevação da mistura do etanol para 30% e do biodiesel a 15% vai reduzir a necessidade de importação do País de diesel e de gasolina. "Com este ato histórico, voltaremos a ser autossuficientes em gasolina após 15 anos e reduzimos a necessidade de importação do diesel”, afirmou. "Isso é soberania energética", afirmou o ministro.