Cidadão poderá saber se sua chave Pix foi marcada como fraudulenta, diz BC

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Apenas no ano passado, houve 1,223 milhão de marcações, como mostrou o Broadcast a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Apenas no ano passado, houve 1,223 milhão de marcações, como mostrou o Broadcast a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI)

Por Cícero Cotrim, do Broadcast

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Publicado em 26/05/2025, às 10h40

Brasília, 26/05/2025 - O Banco Central vai permitir que cidadãos saibam se as suas chaves Pix foram marcadas como fraudulentas por instituições financeiras. Nesta segunda-feira, a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Izabela Correa, disse que essas informações serão disponibilizadas no Registrato a partir do ano que vem.

As instituições financeiras fazem "marcações" em chaves Pix suspeitas de fraudes, que podem ser originadas, por exemplo, a partir de uma notificação de infração no sistema. Apenas no ano passado, houve 1,223 milhão de marcações, como mostrou o Broadcast a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Em uma entrevista coletiva para comentar o lançamento de novos serviços ao cidadão, o chefe do departamento de Atendimento Institucional do BC, Carlos Eduardo Gomes, explicou que o Registrato não vai incluir a razão da marcação. Mas o cidadão que quiser os detalhes vai poder entrar em contato com a instituição financeira responsável, ele disse.

"A gente vai ter um relatório sobre essa informação, a informação é que a chave está marcada. Como você vai ter a instituição que marcou e a informação que ela está marcada, caberá ao cidadão se dirigir à instituição financeira que entendeu que motivou a marcação da chave", ele disse.

No ano passado, 459.578 chaves Pix (38% do total) foram marcadas como "scammer account", quando a conta usada para receber recursos provenientes de fraude está no nome do próprio fraudador. Outras 328.945 (27%) foram marcadas como contas-laranja, e 422.932 (35%), por outros tipos de fraude.

A diretora do BC, por sua vez, disse que a autarquia não tem estatísticas de números de abertura fraudulenta de contas, mas espera que outro serviço anunciado nesta segunda-feira - um sistema que permite a cidadãos proibir a abertura de novas contas no seu nome - deve reduzir o número total de fraudes.

"Nós não temos essa estatística, mas a gente sabe que existe uma série de formas de fraudes, a gente acompanha isso, e aqui a gente espera que a gente esteja, então, mitigando mais o uso dessas formas", disse Izabela.

Além da marcação de chaves Pix, o Registrato também deve disponibilizar, a partir de 2026, informações sobre consórcios e autorizações no Open Finance - ambiente de compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras, controlado pelo BC.

Palavras-chave Pix banco fraude

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