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Governo lança plano ferroviário com projeção de R$ 600 bi em investimentos

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O plano lançado hoje pode gerar investimentos totais de R$ 600 bilhões, sendo R$ 140 bilhões apenas na infraestrutura de trilhos - Envato
O plano lançado hoje pode gerar investimentos totais de R$ 600 bilhões, sendo R$ 140 bilhões apenas na infraestrutura de trilhos

Por Luiz Araújo e Elisa Calmon, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 25/11/2025, às 12h35
Brasília e São Paulo, 25/11/2025 - O Ministério dos Transportes lançou hoje o Plano Nacional de Desenvolvimento Ferroviário, o mais robusto desse tipo já elaborado no País. O governo diz que o objetivo central é destravar a expansão da malha, somando recursos públicos e privados.
Com previsão de R$ 140 bilhões diretos na infraestrutura de trilhos, os projetos podem somar R$ 600 bilhões considerando os demais investimentos necessários para o pleno funcionamento do modal. O calendário estabelecido pelo Executivo prevê oito leilões ferroviários ao longo do próximo ano.
Leia também: Brasil investiu R$ 13,7 bilhões em ferrovias em 2024, segundo ministro
Entre os projetos previstos no calendário está a Ferrogrão, marcado por disputa judicial em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). A pasta de Transportes prevê a publicação do edital em maio e o leilão em setembro.
Para o Ministério dos Transportes, a expansão pretendida busca um modelo de transporte mais eficiente, sustentável e competitivo, modernizando a logística nacional, impulsionando a competição entre portos, o desenvolvimento econômico e a integração territorial. O plano introduz um conjunto de normas, diretrizes, parâmetros e métodos estruturais.

Mecanismos de Contratação

O fortalecimento do setor passa por uma estratégia abrangente, que inclui investimentos públicos e privados. As soluções logísticas para transporte de carga e passageiros ocorrerão por meio de concessões, chamamentos públicos e autorizações. Os contratos podem prever aplicação de recursos provenientes de investimentos cruzados e auxílio para investimentos, com cobertura de gap de viabilidade dos projetos.
Debêntures de Infraestrutura: Regulamentadas pelo Decreto nº 11.964/2024. A modelagem contratual pode permitir emissão de debêntures incentivadas e de infraestrutura.
Investimentos Governamentais: O novo modelo de transferência de recursos visa alavancar rentabilidade dos projetos ferroviários. Os aportes só podem ser aplicados em ferrovias com bens reversíveis ao patrimônio público.
Incentivos Fiscais: Incluem isenção de ICMS (Convênio ICMS nº 120/2023) e o regime tributário Reporto para incentivo à implantação de ferrovias. Os recursos governamentais serão movimentados por Contas Vinculadas sob fiscalização da ANTT e governança conjunta.
Leilões (Concessões): O critério de julgamento será a maior oferta, selecionando a proposta que exigir menor transferência de recursos governamentais. A estruturação jurídica da concessionária exige uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) sob a forma de Sociedade por Ações.
Resolução de Controvérsias e Aspectos Tarifários: Os contratos preveem uso de arbitragem para resolução de controvérsias relativas a direitos patrimoniais disponíveis e o Dispute Board (Comitê de Resolução de Conflitos) como mecanismo de gestão contratual e mitigação de riscos. As tarifas de transporte por unidade de carga serão livremente negociadas conforme interesse comercial, limitadas pelo price cap. Está prevista revisão da Tabela Tarifária, com reajuste quinquenal pelo regulador.
Operações Acessórias e Compartilhamento de Malha: A concessionária poderá desenvolver Operações Acessórias com preços negociados com o usuário, garantindo tratamento isonômico e não discriminatório. Os modelos de concessão podem incentivar receitas acessórias, incluindo exploração imobiliária de terrenos para aumentar a atratividade dos projetos ferroviários. "Potencial imenso de receitas a serem aplicadas em benefício da infraestrutura brasileira", define o plano.

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