Papa Francisco: relembre a relação de amor com o Brasil

Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

O Papa Francisco visitou o Brasil em 2013 - Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
O Papa Francisco visitou o Brasil em 2013

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 22/04/2025, às 14h05 - Atualizado às 14h11

Na última segunda-feira (21), o Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu na Casa Santa Marta, sua residência oficial no Vaticano. Ele foi vítima de um acidente vascular cerebral que evoluiu para colapso cardiocirculatório irreversível.

Aos 88 anos, o pontífice argentino, o primeiro do continente latino-americano, deixa um legado espiritual, social e pastoral que transformou a Igreja Católica no século XXI.

Dentre seus inúmeros feitos, sua conexão com o Brasil sempre chamou a atenção. Sua primeira viagem internacional como líder da Igreja Católica foi justamente para o país, em julho de 2013, quando participou da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro.

Na ocasião, o Papa foi recebido por milhões de fiéis em clima de emoção e entusiasmo. Entre os momentos marcantes da visita, destacam-se:

  • A missa campal na praia de Copacabana, com mais de 3 milhões de pessoas presentes. O maior público em Copacabana.
  • Visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP).
  • O encontro com jovens detentos e a visita à comunidade da Varginha, no Complexo de Manguinhos, onde falou sobre a importância de uma Igreja que “vai às periferias”.

Seu carisma, humildade e proximidade com o povo marcaram profundamente os brasileiros. Francisco deixou de lado protocolos formais, preferindo saudar a população com gestos simples, apertos de mão e sorrisos.

Um Papa que marcou a história

Eleito em 13 de março de 2013, o então cardeal argentino Jorge Bergoglio tornou-se o 266º Papa da Igreja Católica e o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Sua escolha do nome “Francisco” —em homenagem a São Francisco de Assis— já indicava a direção do seu pontificado: uma Igreja voltada aos pobres, à simplicidade e ao cuidado com a criação.

Durante seus 12 anos de pontificado, Francisco foi um defensor incansável da paz, do diálogo inter-religioso, da ecologia e da justiça social. Suas encíclicas Laudato Si’ (2015) e Fratelli Tutti (2020) foram marcos doutrinários da era contemporânea, abordando questões urgentes como as mudanças climáticas, o individualismo e a desigualdade global.

Ele também enfrentou de frente a crise de abusos sexuais dentro da Igreja, promovendo reformas e criando mecanismos de responsabilização —apesar das resistências internas. Francisco incentivou o papel das mulheres dentro da Igreja, defendeu a inclusão de pessoas LGBTQIA+ e tentou aproximar a instituição de grupos historicamente marginalizados.

O adeus ao Papa Francisco

O corpo do pontífice será velado a partir do dia 23 de abril na Basílica de São Pedro. O funeral, com a presença de chefes de Estado e líderes religiosos do mundo todo, está previsto para ocorrer entre sexta-feira e domingo.

Em seu testamento espiritual, datado de 2022, Francisco expressou o desejo de um sepultamento simples, com a inscrição "Franciscus", em um nicho da Basílica de Santa Maria Maior —mesma igreja onde rezou na véspera de sua primeira viagem como Papa, rumo ao Brasil.

Palavras-chave Papa Francisco Vaticano

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