Técnico da seleção, Ancelotti é condenado a prisão por fraude fiscal na Espanha

Paulo Pinto/Agência Brasil

Técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti - Paulo Pinto/Agência Brasil
Técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti
Por Estadão Conteúdo [email protected]

Publicado em 09/07/2025, às 12h32

São Paulo, 09/07/2025 -O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado a um ano de prisão por suposta fraude fiscal na Espanha nesta quarta-feira. Ele sofreu também uma multa de quase 400 mil euros, cerca de R$ 2,4 milhões, pelo câmbio atual. O treinador e a CBF ainda não se manifestaram sobre a decisão judicial.

Ancelotti teria cometido crime contra o Tesouro Público espanhol no ano fiscal de 2014, por não pagar impostos. Ele também foi julgado por denúncia semelhante para o ano fiscal de 2015, mas foi absolvido. A Justiça ainda não se manifestou publicamente sobre a pena de prisão.

A condenação foi decidida pela 30ª Seção da Audiência Provincial de Madri, que impôs multa de 386.361,93 euros. O treinador da seleção brasileira perdeu a possibilidade de obter auxílios ou subsídios públicos na Espanha e o direito de usufruir benefícios ou incentivos fiscais ou da Previdência Social por três anos.

O treinador italiano trabalhou por duas vezes na Espanha, ambas no comando do Real Madrid, entre 2013 e 2015 e, mais recentemente, entre 2021 e 2025, antes de ser contratado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para comandar a seleção brasileira nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026.

A denúncia do Ministério Público espanhol, portanto, se refere ao primeiro período em que Ancelotti morou em solo espanhol, na década passada. O italiano foi acusado de ter fraudado o erário em pouco mais de 1 milhão de euros (1.062.079, equivalente a quase R$ 7 milhões) ao não pagar impostos nos exercícios fiscais de 2014 (386.361 euros) e 2015 (675.718 euros).

O julgamento foi realizado nos dias 2 e 3 de abril no Tribunal de Madri. Na ocasião, o treinador alegou que nunca pensou em fraudar o Fisco e que fez o que o Real Madrid e seus assessores lhe disseram. Seus advogados pediram sua absolvição no caso.

"Para mim, tudo estava em ordem. Nunca pensei em cometer fraude", afirmou Ancelotti, no início de abril, durante o julgamento. Na ocasião, o técnico testemunhou por quase 40 minutos e afirmou que os detalhes sobre o pagamento dos seus salários pelo Real ficavam a cargo de um consultor britânico, baseado na Inglaterra.

"Eu só estava preocupado em ganhar 6 milhões de euros líquidos em três anos. Nunca percebi que algo não estava certo, e não fui informado de que estava sendo investigado", comentou, ao indicar que parte dos seus vencimentos era pago como direito de imagem. "Eu nunca dei muita importância aos direitos de imagem. Treinadores não são tão importantes. Jogadores são, porque eles vendem camisas."

Na ocasião, o filho de Carlo, Davide Ancelotti, também testemunhou no julgamento. Davide foi oficializado como novo técnico do Botafogo na terça-feira.

Ancelotti corria o risco de sofrer punição ainda mais severa. Na denúncia, o Ministério Público espanhol havia pedido pena de prisão de quatro anos e nove meses ao treinador italiano, além de multa de 3,2 milhões de euros pelos dois casos de suposta fraude fiscal (2014 e 2015).

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