Vendas do varejo caem 0,4% em abril ante março, diz IBGE

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Vendas no varejo têm queda de 0,4% em abril ante março, porém alta de 4,8% em 12 meses - Adobe Stock
Vendas no varejo têm queda de 0,4% em abril ante março, porém alta de 4,8% em 12 meses

Por Daniela Amorim, do Broadcast

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Publicado em 12/06/2025, às 09h50 - Atualizado às 12h04
Rio, 12/06/2025 - As vendas do comércio varejista caíram 0,4% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,5% a uma alta de 0,4%, com mediana negativa de 0,7%.
Na comparação com abril de 2024, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 4,8% em abril de 2025. Nesse confronto, as projeções iam de uma alta de 1,6% a 5,7%, com mediana positiva de 3,8%.
Quanto ao varejo ampliado - que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício -, as vendas caíram 1,9% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma queda entre 2,4% e 0,1%, com mediana negativa de 1,4%.
Na comparação com abril de 2024, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 0,8% em abril de 2025. Nesse confronto, as projeções variavam de uma redução de 0,2% a aumento de 4,0%, com mediana positiva de 1,3%.
As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta 1,0% no ano. Em 12 meses, as vendas subiram 2,7%.

Patamar recorde renovado

A queda registrada em abril sucedeu uma sequência de três resultados positivos. Os sucessivos avanços levaram o volume vendido a patamar recorde no mês de março de 2025, ou seja, a queda em abril é mais uma acomodação, em função de uma base de comparação elevada. A avaliação é de Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE.

"A gente tem que lembrar que o patamar recorde foi renovado ao longo desse ano de 2025", disse Santos. "A gente está falando de uma desaceleração na alta. Quando você está na alta, perpetuar o crescimento é mais difícil do que quando você está numa base baixa."

Quatro das oito atividades que integram o comércio varejista registraram crescimento nas vendas em abril ante março: livros e papelaria (1,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), vestuário e calçados (0,6%) e farmacêuticos e perfumaria (0,2%).

Na direção oposta, os recuos ocorreram em combustíveis (-1,7%), equipamentos para informática e comunicação (-1,3%), supermercados (-0,8%) e móveis e eletrodomésticos (-0,3%).

Segundo Santos, o resultado negativo no varejo em abril está mais ancorado em supermercados, que estão sob impacto da inflação de alimentos para consumo no domicílio.

"Tem resiliência em indicadores importantes, como o crédito a pessoas físicas e o número de pessoas ocupadas. Ainda que a inflação na alimentação do domicílio tenha caído de março para abril, ela continua ainda grande", ponderou Cristiano Santos.

O pesquisador lembra que a massa de rendimentos cresceu, mas ainda há questões que limitam o orçamento das famílias.

"Pensando nessa base (de comparação) alta, significa que, de certa maneira, esse dispêndio que está indo para o comércio da renda das famílias também está alto", observou. "Esse resultado hoje de certa maneira é limitado por não haver tanto mais como haver dispêndio maior da renda das famílias para o comércio especificamente", opinou.

Questionado sobre eventuais impactos no comércio do aperto monetário, Santos respondeu que as concessões de crédito permanecem crescendo.

"Pelo segundo mês consecutivo, a gente tem crescimento do crédito. O aumento da taxa de juros que a gente teve, neste momento, não está refletindo na desaceleração do crédito", disse. No momento, para o comércio, a leitura é mais de estabilidade."

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve queda de 1,9% em abril ante março. O segmento de veículos registrou retração de 2,2%, material de construção caiu 0,4%, e atacado alimentício não teve as informações divulgadas, por ter uma série histórica ainda curta para a dessazonalização.

Palavras-chave IBGE Varejo Vendas

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