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São Paulo, 03/07/2025 - Levantamento realizado pelo Sebrae mostra que 31,5% dos negros donos de negócios têm mais de 50 anos, esse grupo compõe a segunda maior faixa etária entre os empreendedores negros, ficando atrás apenas dos que estão entre 30 e 39 anos. Os números fazem parte da pesquisa “O novo retrato do negro empreendedor brasileiro – Sob a Ótica da PNAD Contínua”, que analisa o período entre o primeiro trimestre de 2012 ao quarto trimestre de 2024.
A pesquisa destaca também que os empreendedores negros já somam 16 milhões em todo o país, um crescimento de 31% entre 2012 e 2024. No entanto, mesmo sendo a maioria dentro da população brasileira (56,6%), a taxa de empreendedorismo entre os negros é menor que entre os brancos – somente 52,7% dos donos de negócios são negros.
“Ao apoiar negócios comandados por pessoas negras, estamos criando oportunidades e construindo um futuro mais inclusivo. A atuação está centrada em promover a igualdade e o crescimento para uma parcela significativa da população. O empreendedorismo é uma ferramenta de inclusão social e produtiva no nosso país. A criação desses negócios gera muitos impactos positivos, disponibilizando emprego e renda,” afirma Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.
O levantamento mostra ainda que, mesmo com índice de escolaridade levemente superior, as empreendedoras negras têm retiradas menores do que os empresários brancos – ao todo, 65,4% delas têm o ensino médio ou mais; no caso deles, esse dado fica em 65,2%.
Se levarmos em conta somente quem possui somente o ensino médio completo, o resultado é ainda mais desigual: 42,6% das mulheres negras donas de negócios têm essa formação, contra 33,7% dos homens brancos empreendedores. Ainda assim, elas obtêm menos de 40% do rendimento dos brancos donos de empresas.
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Do total de negros donos de negócio, 67,80% são homens, 54,8% são chefes de família e 36,3% têm ensino médio. As regiões Sudeste e Nordeste (70%) são as com mais negros donos de negócios. No período, houve aumento na região Sudeste, de 29,9% para 38,3%, enquanto no Nordeste caiu de 42,2% para 33%.
A maior parte dos afroempreendedores atuam no segmento de serviços (41,7%) e comércio (21,3%). Houve pequenas variações nos setores agropecuária, construção e indústria.
O rendimento médio real dos negros donos de negócios no quarto trimestre do ano passado era de R$ 2.477,00 maior valor da série histórica. A quantidade de empreendedores negros com registro no CNPJ vem aumentando. A taxa de formalização do negócio chegou a 24,7% no último trimestre de 2024.
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