Foto: Envato Elements
Por Wilian Miron, da Broadcast
redacao@viva.com.brSão Paulo, 30/09/2025 - Instituições privadas de ensino superior têm buscado junto ao Ministério da Educação (MEC) enquadrar os cursos de graduação em enfermagem como semipresenciais, trazendo para dentro da grade uma quantidade maior de matérias online e síncronas.
A medida, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, seria uma forma de mitigar os impactos que a Nova Política de Educação a Distância (EAD) trouxe para as universidades. Hoje os cursos de enfermagem estão entre os que têm mais demanda, e fica atrás apenas de cursos como pedagogia, administração e direito.
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De acordo com o Censo da Educação Superior 2024, há no País 478 mil estudantes de enfermagem, sendo 203,7 mil no EAD. "É um curso que tem impacto financeiro muito grande para as instituições, por isso há uma pressão generalizada", disse um executivo do setor e que aceitou falar sem ter o nome revelado.
Segundo essa fonte, as universidades privadas têm buscado uma flexibilização no marco do EaD para algumas modalidades que poderiam ter aulas semipresenciais síncronas sem comprometer o aprendizado dos estudantes.
Uma definição sobre essa questão, contudo, têm esbarrado na atuação feita por conselhos e entidades de categorias profissionais, que trabalham pela manutenção da presencialidade total para o curso. "Existe uma radicalidade muito grande para se proibir totalmente, mas o que a gente busca é autorizar a colocação como semipresencial de forma controlada", explicou.
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A visão é corroborada pelos grupos educacionais. De acordo com o executivo de uma grande empresa do setor, o pleito atual é por uma alternativa que permita a oferta desse curso com uma quantidade maior de aulas online, especialmente pensando em áreas remotas e com menos acesso às universidades.
Contudo, segundo executivos do setor, a proposta do MEC ainda não é clara, e há rumores de que a Pasta poderia autorizar a colocação desses cursos em polos com infraestrutura adequada.
Consultado, o Ministério da Educação reafirmou que o marco do EAD estabeleceu que cursos de medicina, direito, enfermagem, odontologia e psicologia deverão ser ofertados exclusivamente no formato presencial.
Em nota, o MEC negou a intenção de autorizar a graduações de enfermagem a distância ou a colocação desses cursos em polos EAD.
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