Foto: Ronaldo Gutierrez
Publicado em 16/05/2025, às 15h05 - Atualizado às 16h28
São Paulo, 16/05/2025 -- Desde que nos entendemos por gente, o amor é um sentimento complexo que pode ser demonstrado de várias maneiras. Para colocar mais molho nesta discussão, a peça Troca-Troca aborda os desafios do amor entre duas pessoas no século XXI e propõe uma reflexão bem-humorada sobre a importância da comunicação, e não só sobre sexo, na manutenção da paixão.
Escrita por Ingrid Zavarezzi e dirigida por Rogério Fabiano, o texto mergulha nos dilemas do desejo e dos segredos que podem transformar um casamento em um verdadeiro campo de batalha – ou em uma inesperada aventura.
A peça conta a história de uma terapeuta que tem um caso com o marido de sua paciente. Uma paciente que se envolve com o ex-marido da terapeuta, Renatão, vivido pelo ator Oscar Magrini. E um caseiro que não aparece. Em um final de semana caótico, segredos e traições transformam uma tentativa de reacender o desejo de um casamento desgastado numa comédia de erros. Entre sessões de terapia, shows de stand-up e encontros inesperados, os personagens embarcam em um jogo perigoso de sedução, traição e autodescoberta.
Com diálogos ácidos e situações hilárias, Troca-Troca explora os problemas da rotina dos longos relacionamentos, onde todos têm algo a esconder – e ninguém está pronto para lidar com a verdade. A peça questiona os padrões de beleza que afetam a autoestima das pessoas e, através do riso, busca criar um espaço seguro de cumplicidade, incentivando o público a questionar seus próprios valores e a buscar relacionamentos mais saudáveis e autênticos, baseados na comunicação, respeito, aceitação e na capacidade de rirem juntos das suas imperfeições.
Magrini confessa que, ao receber convite do Fabiano para fazer a peça, pensou um “pouquinho” para aceitar, por estar fazendo outros trabalhos e pelo fato de o teatro exigir um comprometimento de todo final de semana estar disponível por um determinado período, mas ao ler o texto, não teve dúvida.
“É um texto muito legal, divertido. Muitos pessoas estão passando ou vão passar por esses problemas, as pessoas vão se ver na peça. É uma comédia muito engraçada, o brasileiro precisa rir.”
Sobre as dificuldades que surgem com os anos de casamento, Magrini avalia que um dos principais pontos é a falta de diálogo. “As pessoas não conversam e não se entendem. Homens e mulheres são pessoas diferentes e têm pensamentos diferentes. Tem que ceder um pouco aqui, entender o outro, dar espaço, ter a sua liberdade, a sua individualidade e respeitar um ao outro”, avalia, acrescentando que pelo amor vale tentar de tudo para estarem juntos. O ator, que é casado com a atriz Matilde Mastrangi há 35 anos, já atuou em 40 novelas, 17 peças de teatro e 25 filmes.
Oscar Magrini declara que a profissão tem seus desafios e é mais complicado se manter nela depois dos 50 anos. “Você vê hoje no meu trabalho, eu tenho 64 anos, já fiz papel de filho, de pai, posso fazer avô, mas ninguém me chama. Na minha profissão, para a pessoa com mais de 50 anos arrumar trabalho é difícil, sim. Existe o preconceito”, avalia.
Serviço:
Texto: Ingrid Zavarezzi
Direção: Rogério Fabiano
Elenco: Oscar Magrini, Carla Pagani, Paula Zaneti e Rick Conte
A peça fica em cartaz até 29 de junho. Sábado e domingo em horários diversos.
Teatro Gazeta: Av. Paulista, 900, Bela Vista, São Paulo
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