Duas em cada dez famílias paulistanas iniciarão 2026 com contas em atraso
Envato
26/12/2025 | 11h16
São Paulo, 26/12/2025 - Um levantamento recente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que duas em cada dez famílias da capital paulista vão começar 2026 com pelo menos uma conta atrasada. Isso representa 821 mil lares lidando com dívidas vencidas – o nível mais baixo registrado desde março deste ano.
A entidade avalia que essa redução é reflexo direto do fortalecimento das condições econômicas das famílias e do aumento da renda, impulsionados por um mercado de trabalho aquecido que facilita a quitação de débitos pendentes. Seguindo essa tendência positiva, o percentual de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas vencidas caiu de 9,2% em novembro para 8,6% atualmente.
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O indicador geral de endividamento, que busca contabilizar famílias com dívidas ativas, mesmo que não estejam atrasadas, também apresentou queda, fechando em 69%, contra 70,6% no mês anterior. Esse índice mensura não apenas as dívidas, mas também o nível de consumo dos lares, visto que a maior parte desse endividamento (80,6%) provém do cartão de crédito, uma forma de pagamento de curto e médio prazos.
Financiamento imobiliário
Um dado que chamou a atenção na pesquisa foi o comportamento do crédito imobiliário. Mesmo com a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano durante 2025, o financiamento de imóveis foi a modalidade que mais cresceu, abrangendo 16% das dívidas das famílias.
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A expectativa era de restrição nesse tipo de crédito devido aos juros elevados. Contudo, as famílias optaram por assumir mais riscos na compra e financiamento de imóveis, impulsionadas pelo mercado formal de trabalho aquecido. Um movimento similar ocorreu com o financiamento de veículos, que se manteve estável em cerca de 10% ao longo do ano.
Em relação ao comprometimento da renda, para despesas de médio ou longo prazo o período é de sete meses. Um destaque é que 32% dos entrevistados possuem dívidas com vencimento em até três meses, o maior nível registrado para esse índice desde o início da série histórica em 2010. Já o tempo médio de atraso entre os inadimplentes fechou o ano em 62,6 dias.
Dívidas em 2026
A FecomercioSP projeta um cenário otimista em 2026. Isso porque, com a inflação controlada e a injeção de recursos do décimo terceiro salário, as famílias terão maior possibilidade de organizar o orçamento e o endividamento deve permanecer em patamares saudáveis.
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