São Paulo, 11/11/2025 - A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, na manhã desta terça-feira, as primeiras prévias para o mês de novembro dos índices de preços mensais que ela acompanha.
Nos dez primeiros dias deste mês, o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve alta de 0,48%, o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo) subiu 0,60%, o INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) cresceu 0,25% e o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) avançou 0,17%.
No mesmo período de outubro, ou seja, entre os dias 1 e 10 daquele mês, o IGP-M caiu 0,37%, o IPA-M recuou 0,61%, o INCC subiu 0,16% e o IPC-M cresceu 0,22%.
Entenda a seguir o que são esses índices e como eles interferem na sua vida.
O que são índices de preços?
Você já deve ter entrado no supermercado ou em um shopping center e tido uma vaga impressão de que tudo o que você pretendia comprar ficou mais caro, de modo geral. Outras pessoas têm necessidades e hábitos de consumo diferentes e, portanto, consomem outros produtos. Como saber se essa impressão procede e, de fato, os preços da economia como um todo estão mesmo variando para cima?
Dar aos economistas e à população uma visão clara de como os preços estão evoluindo ao longo do tempo é a função de um índice de preços. No Brasil, os índices de preços são calculados e divulgados principalmente por duas instituições: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a própria FGV.
Essas instituições escolhem alguns produtos que são representativos do custo de vida das pessoas e das empresas e acompanham a evolução de preços de cada um desses itens, como em uma cesta básica. A variação do custo total dessa cesta de produtos, dentro de um período base (que pode ser de um mês, alguns meses ou um ano) é interpretada como um reflexo de como variaram os preços da economia como um todo, ou de alguns setores específicos da economia, nesse mesmo período.
Assim, os índices de preços servem principalmente como medida para monitorar a variação da inflação (alta de preços), dando um registro mais detalhado do quanto os bens, produtos e o próprio custo de vida ficaram mais caros nesse intervalo de tempo.
IGP-M: a inflação do aluguel
O IGP-M busca medir a variação geral de preços na economia. Para isso, ele é o resultado da média ponderada de outros três índices (que vamos detalhar a seguir, e entram na cesta com pesos diferentes): IPA-M, IPC-M e INCC-M.
A composição do IGP-M é feita com 60% de IPA-M, 30% de IPC-M e 10% de INCC-M. Como esses três índices abrangem preços de xx, xx e xx, o IGP-M acaba funcionando como um indicador mais amplo do nível de atividade da economia e de como os preços evoluíram.
Um dos usos mais frequentes do IGP-M é como índice de atualização financeira dos contratos de locação, para definir os reajustes anuais do valor do aluguel dos imóveis. Por isso, costuma-se dizer que o IGP-M mede "a inflação do aluguel".
IPA-M: os preços do setor atacadista
Este índice reflete a inflação no setor atacadista, abrangendo as variações de preços de produtos industriais e agropecuários.
Observe que esses são os preços no atacado, antes de chegarem ao consumidor final. Assim, eles registram uma tendência de inflação (alta de preços) que também impactará o varejo.
Como o IPA-M corresponde a 60% do cálculo do IGP-M (é o índice com maior peso na cesta), ele acaba tendo uma relevância significativa.
INCC: os custos da construção civil
Este índice mede a variação dos custos na construção civil, monitorando os preços de materiais, insumos, serviços e mão de obra em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.
Ele serve para reajustar contratos, principalmente em imóveis adquiridos na planta, nos quais é usado para corrigir as parcelas durante a obra, até a entrega ao comprador. Ao repassar os custos que são suportados pelas construtoras ao longo da empreitada, eles ajudam a garantir o equilíbrio financeiro do contrato.
IPC-M: o dia a dia das famílias
Este índice é o mais próximo do cotidiano das famílias. Ele acompanha a variação de preços de uma cesta de bens, produtos e serviços que servem para o consumo final de famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. Entram nessa lista itens de alimentação, moradia e vestuário.
A composição do IPC-M faz desse índice o reflexo mais fiel do aumento do custo de vida das famílias, bem como da evolução de seu poder de compra ao longo do tempo.