Alckmin afirma que governo quer negociação urgente sobre tarifas dos EUA

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Se cai o comércio, eles vão perder um dos poucos países com quem eles têm superávit, diz vice-presidente - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Se cai o comércio, eles vão perder um dos poucos países com quem eles têm superávit, diz vice-presidente

Por Flávia Said e Luiz Araújo, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 16/07/2025, às 17h23 - Atualizado às 17h30
Brasília, 16/07/2025 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira, 16, que o governo brasileiro quer negociação urgente, mas não vê problema se for preciso prorrogar o início da vigência das tarifas pelos Estados Unidos. As novas cobranças começam a partir de 1º de agosto, segundo anúncio do presidente americano, Donald Trump.
"Nós queremos negociação, é urgente. O bom é que se resolva nos próximos dias", afirmou Alckmin a jornalistas após reunião com o presidente da Câmara Americana de Comércio para Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, nesta tarde, na sede do MDIC. Ele completou: "Se houver necessidade nessa negociação de prorrogar [o prazo para início das tarifas], não vejo problema".
Segundo ele, esse é o "sentimento geral", incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os empresários brasileiros (dos setores industrial, do agronegócio, de serviços e do comércio) e as empresas americanas.
"Os Estados Unidos, o segundo maior superávit que eles têm é com o Brasil. Se cai o comércio, eles vão perder um dos poucos países com quem eles têm superávit. Então, não tem lógica, por isso o empenho para resolver", disse ainda o vice-presidente.

Comitê interministerial

O nomeado Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi oficializado no decreto que regula a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). Como primeira missão, o grupo terá o objetivo de ouvir os setores empresariais para detectar as implicações do anúncio, pelos EUA, de tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir do dia 1º de agosto.
Nesta quarta, foram realizadas três reuniões com o setor produtivo para discutir ações contra as tarifas anunciadas pelos EUA.
Até aqui, a principal proposta do empresariado é de buscar pelo menos mais 90 dias de discussão e evitar retaliações o quanto for possível. Representantes do setor agropecuário pediram cautela ao Executivo nas negociações e que as tratativas sejam esgotadas até 31 de julho.

Pix não preocupa

O vice-presidente disse que há pouca preocupação do governo federal sobre as investigações anunciadas pelos Estados Unidos sobre aspectos da economia brasileira, incluindo o PIX. “Não é a primeira vez que é feito isso. Da outra vez explicamos e vamos explicar”, afirmou.
O foco do Executivo, segundo Alckmin, segue sendo reverter as tarifas. “O que temos que resolver é a questão tarifária. Ela não se justifica nesse patamar.”
Sobre as questões alvo da investigação, o vice-presidente elencou respostas. Sobre o PIX, disse se tratar de um meio de pagamento modelo e de sucesso. Quanto ao desmatamento, também alvo dos EUA, Alckmin afirmou que o País tem reduzido o problema com a meta de zerá-lo. O tempo de processos para registrar patentes no Brasil, outra reclamação do governo de Donald Trump, tem sido reduzido, apontou o vice-presidente. “Registrar patente demorava sete anos. Caiu para quatro e deve cair para dois até o final do ano que vem.”

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