Chefe da CGU diz que "todo mundo conhecia problema do INSS, e Rui sabe disso"

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Todo mundo sabia que a CGU estava fazendo auditoria, afirma o ministro - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Todo mundo sabia que a CGU estava fazendo auditoria, afirma o ministro

Por Leandro Silveira, do Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 07/06/2025, às 09h56 - Atualizado às 11h53

São Paulo, 07/06/2025 - O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, afirmou que o governo foi alertado sobre as investigações envolvendo fraudes no INSS. Questionado sobre afirmação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que não houve alerta sobre o caso "a nível de ministro" e se não tratou com o ex-ministro Carlos Lupi (Previdência) sobre o assunto, Carvalho respondeu que "a preocupação do ministro Rui é super legítima: evitar que aposentados e pensionistas fossem lesados. Essa investigação foi feita em menos de um ano, que é um prazo razoável. Houve reuniões com a Previdência, envolvendo secretários. O Tribunal de Contas da União já tinha tomado decisão."

Mais cedo, foi informado que o ministro Carvalho teria dito em entrevista que Rui Costa sabia que todo mundo conhecia a investigação sobre o INSS, e não que Rui soubesse do problema. 

"Todo mundo sabia do problema e que a CGU estava fazendo auditoria. A informação de que as pessoas não sabiam não procede. O ministro Rui sabe disso", afirmou Carvalho ao Globo. Segundo ele, os acordos de cooperação técnica com entidades investigadas foram assinados entre 2021 e 2022, durante o governo Bolsonaro, e os descontos indevidos estouraram em 2023.

O ministro também afirmou que seguiu a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser "intolerante com fraudes, desvios e corrupção" e criticou alternativas como "fingir que não vimos" ou adotar medidas paliativas. "A terceira possibilidade era investigar, punir e ressarcir os aposentados. Esta foi a medida tomada", declarou.

Carvalho negou que a CGU tenha sido seletiva ao deixar de incluir entidades próximas ao governo, como a Conafer e a Contag, nos pedidos iniciais de bloqueio de recursos. "Não há seletividade. Todas as entidades que tiverem fraudado os descontos ou praticado algum ato de corrupção serão responsabilizadas."

O ministro também defendeu mudanças no sistema de descontos em folha para aposentados e pensionistas, sugerindo até sua interrupção. "A conclusão do relatório da CGU é que o mais viável seria interromper os descontos. Mas essa é uma decisão política, que envolve inclusive o Congresso Nacional."

Palavras-chave CGU INSS aposentados fraude

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