Deputados preparam título de moção a Bolsonaro, mas decisão de Motta os impede

Lula Marques/ Agência Brasil

O presidente da Câmara, Hugo Motta, anuncia vedação a realização de sessões durante o recesso parlamentar - Lula Marques/ Agência Brasil
O presidente da Câmara, Hugo Motta, anuncia vedação a realização de sessões durante o recesso parlamentar

Por Naomi Matsui, da Broadcast

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Publicado em 22/07/2025, às 12h18
Brasília, 22/07/2025 - Deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaram impedidos de aprovar um requerimento de louvor e regozijo ao ex-presidente, após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) vedar a realização de sessões durante o recesso.
A decisão foi publicada pouco antes da abertura da sessão da Comissão de Segurança Pública, na qual seria votado o requerimento. Sem poder abrir sessão, os deputados posaram com a placa de homenagem que haviam preparado. Há previsão de uma entrevista coletiva a jornalistas em breve para comentarem a decisão de Motta.
A moção de louvor é um ato simbólico, que serviria para demonstrar apoio a Bolsonaro após o ex-presidente ser alvo de medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Segundo a oposição, o ato de Motta é ilegal e fere o regimento. “Temos uma decisão ilegal, antirregimental do presidente Hugo Motta. Motta não está no Brasil. Nem ele nem o vice, Altineu Côrtes (PL-RJ). O regimento em exercício é Elmar Nascimento (União Brasil-BA). A única decisão a qual deveríamos nos submeter é de Elmar Nascimento”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Sóstenes afirmou, porém, que o grupo seguirá a decisão de Motta. “Acusam-nos de ser extremistas e radicais. Hoje, esses abnegados colegas dão demonstração que temos subserviência para nos submeter até a uma decisão ilegal. Não sei até quando, não sei até quando”, declarou.
O presidente da Comissão de Segurança Pública, Paulo Bilynskyj (PL-SP), falou que o pedido de moção de louvor será votado em agosto e que ficou sabendo do ato de Motta pouco antes da sessão. “Meia hora antes da reunião, recebemos a decisão de Motta de que não houvesse reuniões. A oposição não vai se calar”, afirmou.
Os deputados afirmaram que o Congresso está em recesso branco, já que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não foi votado. “Mobilizamos com muito esforço do partido para que deputados estivessem aqui. Foram 55 deputados e 2 senadores presentes ontem”, disse Bilynskyj.

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