São Paulo, 09/09/2025 - A portuguesa
Mota-Engil, que arrematou a concessão do Túnel Santos-Guarujá na última sexta-feira, 5, estima um investimento de aproximadamente R$ 2,2 bilhões na obra. A expectativa é que a assinatura do contrato possa acontecer até o final deste ano, segundo comunicado divulgado hoje pela companhia.
"Esta é apenas a primeira fase de um processo que levará à adjudicação e, posteriormente, à assinatura da documentação contratual", disse a Mota-Engil, da qual a China Communications Construction Company (CCCC) detém uma fatia de cerca de 32%.
A concessão prevê um investimento de cerca de R$ 8 bilhões, também de acordo com o comunicado divulgado. Desse montante, até R$ 5,8 bilhões virão de aportes públicos, divididos igualmente entre o governo de São Paulo e o governo federal. Os R$ 2,2 bilhões restantes são de responsabilidade da empresa.
O valor total citado no comunicado é superior aos R$ 6,8 bilhões divulgados inicialmente pelo governo. As informações oficiais indicavam que seriam R$ 5,1 bilhões compartilhados entre as esferas federal e estadual, enquanto aproximadamente R$ 1,7 bilhão viria da concessionária vencedora.
Projeto
A Mota-Engil desbancou a espanhola Acciona com uma oferta que representa um desconto de 0,5% em relação à contraprestação pública anual máxima, fixada em R$ 438,3 milhões. Com isso, será responsável pela construção e operação do primeiro túnel submerso do País, que deve sair do papel após cem anos de discussões. Da extensão total de 1,5 quilômetro, 870 metros estarão debaixo d’água.
Após a divulgação do resultado, o vice-presidente da Mota-Engil, Manuel António da Fonseca Vasconcelos Mota, disse que a construção será iniciada "o mais rápido possível". "Temos a certeza de que vamos cumprir as nossas obrigações. Esperamos iniciar a obra o mais rapidamente possível", afirmou. O conglomerado não tem histórico de descumprimento de cronogramas.
A portuguesa Mota-Engil tem quase 80 anos de experiência em setores como construção civil, obras públicas e operações portuárias. Em seu portfólio, há uma extensa lista de projetos pelo mundo, incluindo empreendimentos tão complexos como a do novo túnel brasileiro. Ao longo da trajetória, a empresa não saiu imune a controvérsias, já investigada por casos de corrupção.