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Febraban diz que riscos de ilícitos financeiros 'explodiram' com bets legais

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Isaac Sidney disse que o setor bancário exige "celeridade e efetividade" em reformas legais para agilizar respostas ao crime financeiro - Divulgação
Isaac Sidney disse que o setor bancário exige "celeridade e efetividade" em reformas legais para agilizar respostas ao crime financeiro

Por André Marinho, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 22/10/2025, às 15h31 - Atualizado às 15h38
São Paulo, 22/10/2025 - Representantes dos maiores bancos do Brasil ressaltaram múltiplos desafios gerados pela popularização das apostas online no País e pediram mais clareza do setor público na definição das bets que operam ilegalmente. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, definiu as apostas esportivas ilegais como uma vulnerabilidade do sistema financeiro. Para ele, desde a legalização das bets, os riscos de ilícitos financeiros "explodiram"
O tema foi discutido durante painel do 15° Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLDFT), da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. O superintendente-executivo de PLDFT do Bradesco, Alceu Del Petri Filho, afirmou que, atualmente, há aior volume de dinheiro circulando em esquemas ilegais de apostas do que no segmento legal.
Leia também:PT quer dobrar taxação de bets por ser "atividade nociva à economia familiar"
Segundo ele, bancos, governo e reguladores precisam acelerar esse debate, inclusive na declaração das casas de apostas legais e ilegais. "Para nós, [o assunto] é muito sério. Que consigamos caminhar para que essa seja uma agenda forte em 2026", destacou.
Em março, o governo publicou uma portaria que obriga instituições financeiras a notificarem a secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda sobre contas suspeitas de operar em casas de apostas ilegais. "O problema é que elas [as instituições] não sabem ainda o que é a casa de apostas ilegal", explicou o diretor responsável por PLD/FTP no Itaú Unibanco, Vinicius Santana.

Origem do dinheiro

 Executiva na Unidade Segurança Institucional do Banco do Brasil, Núbia Tavares também comentou que o segmento ilegal vem crescendo no Brasil, principalmente por conta do cenário fragmentado de plataformas de bets. "O desafio é muito grande de identificar a origem do dinheiro e o benefício final", ressaltou.
 Sidney opinou que o Estado "errou bem a mão" ao legalizar os jogos online. No entanto, a atividade passou a ser legitima após a legalização, na visão dele. "O que temos de fazer é fortalecer os nossos laços contra qualquer trilha que faça do que é legal o ilegal", defendeu Sidney.
 Ele acrescentou que os bancos precisam manter vigilância com recursos ilícitos associados a apostas e exigir que todos os agentes do setor financeiro atuem com rigor nessa frente. Ele lembrou que o crime organizado agora também atua em cadeias lícitas da economia brasileira.
 O presidente da Febraban também chamou atenção para os riscos ligados ao trânsito de grandes valores em espécie.
"Os bancos defendem, com muita convicção, a criação urgente de uma lei federal que permita bloquear operações suspeitas e proteger o sistema financeiro. Não há mais espaço para permissividade", disse.
 Segundo Sidney, o setor bancário exige "celeridade e efetividade" em reformas legais e regulatórias para dar mais agilidade à resposta do sistema ao crime financeiro. "O compartilhamento de informações entre bancos, Banco Central, COAF e órgãos públicos é vital para antecipar ações estratégicas e fortalecer a resposta rápida aos desafios", destacou, ao dizer que a omissão não pode ser "tolerada" pelo setor público e a sociedade.

Instituições frágeis

O presidente da Febraban reconheceu hoje que a abertura do setor financeiro é importante para a indústria como um todo. No entanto, Sidney alertou para a "proliferação" de instituições que se mostram "frágeis e vulneráveis" nos processos de combate ao crime financeiro.
 Sidney disse que investigações recentes escancaram "a gravidade do cenário sombrio" e que os bancos estão atento a esse momento. De acordo com ele, o sistema financeiro enfrenta desafios inéditos.
"Teremos de ser intolerantes com todas as brechas na entrada, na permanência e na exclusão dos criminosos travestidos de clientes. Precisamos elevar integridade do setor"
 Isaac acrescentou que os bancos têm reforçado barreiras de entrada do crime e exigem um padrão comum de vigilância para todos os elos do setor. Segundo ele, as instituições bancárias resistem contra quem age de forma "inescrupulosa" para manchar a imagem do setor.

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