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Por Juliana Garçon, da Broadcast
[email protected]Rio, 15/07/2025 - As 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do País têm potencial para ampliar em cerca de 2.500 km as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade até 2054, de acordo com boletim emitido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Cidades.
O boletim, de número 4, integra o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), que propõe Redes Futuras de transporte, incluindo trechos de metrôs, trens, VLT e BRT nas 21 regiões metropolitanas.
O estudo prevê mais 323 km de linhas de metrô, 96 km de trens urbanos, 1.930 km de sistemas de BRT, VLT ou monotrilho e 157 km de corredores de ônibus. Hoje, as 21 regiões pesquisadas, distribuídas nas cinco regiões do País, somam 2.007 km de rede de transporte público. Foram estudadas as regiões de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.
O BNDES informa que foram avaliados 400 planos e projetos identificados no boletim anterior, de número 3, divulgado em março deste ano. Do total, quase 200 projetos com foco em sistemas de transporte coletivo de média ou alta capacidade têm demanda suficiente e serão capazes de ampliar o acesso da população nos próximos 30 anos.
O boletim apresenta também o incremento potencial na cobertura dos serviços, com efeitos progressivos no atendimento às populações mais carentes. Com a implantação das Redes Futuras propostas pelo estudo, mais de 80% das RMs atingiriam 30% de toda a população residente no raio de até 1 km de estações de transporte coletivo de média ou alta capacidade.
Já as regiões metropolitanas da Baixada Santista, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo atingiriam acima de 40%. Hoje, a média de cobertura, considerando as 21 RMs, é de 13% da população.
“Estamos fortalecendo o planejamento urbano com base em dados concretos, que nos permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo. Nosso foco, com a mobilidade urbana, é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressalta que o investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente das populações mais carentes. “Além disso, contribui para o aumento da produtividade e a dinamização da economia nas grandes cidades.”
Entre junho e agosto, o foco do estudo será a elaboração do Banco de Projetos, com o detalhamento dos quase 200 projetos de transporte coletivo de média ou alta capacidade que compõem as Redes Futuras. Essa etapa incluirá estimativas de investimentos, custos, receitas, benefícios e avaliações econômicas e financeiras preliminares. Esse conjunto de informações contribuirá para o planejamento de médio e longo prazos dos entes públicos, permitindo análise estratégica para priorização dos investimentos em cada localidade.
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