Lula diz que extrema-direita produz um 'dissenso de Washington'

Gabriel de Sousa e Gabriel Hirabahasi

Lula rodeado pelos presidentes Boric (Chile), Petro (Colômbia), Orsi (Uruguai) e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez - Gabriel de Sousa e Gabriel Hirabahasi
Lula rodeado pelos presidentes Boric (Chile), Petro (Colômbia), Orsi (Uruguai) e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez

Por Gabriel de Sousa e Gabriel Hirabahasi, da Broadcast

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Publicado em 21/07/2025, às 19h27

Brasília, 21/07/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 21, que a extrema-direita está fazendo um "dissenso de Washington", em referência à capital dos Estados Unidos. Segundo o petista, esse grupo atua de forma antidemocrática, negacionista e intervencionista na soberania de outros países. Sem citar o tarifaço e as sanções dos Estados Unidos, o presidente afirmou ainda que o Brasil sofreu uma nova tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

"A extrema-direita organizada internacionalmente oferece um novo consenso de Washington, ou melhor, um dissenso de Washington. Antidemocrático, negacionista e intervencionista. Os inimigos da democracia não recorrem mais à diplomacia dos tanques e das canhoeiras. Eles controlam os algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Promovem uma verdadeira guerra cultural", afirmou Lula.

Lula afirmou ainda que o "dissenso de Washington" utiliza o comércio como "instrumento de coerção e chantagem". O presidente também atacou a extrema-direita da América Latina, afirmando que ela é "antissoberana" e "saudosa de antigas hegemonias".

"Utilizam o comércio como instrumento de coerção e chantagem. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. Solapam a solidariedade das nações. A extrema-direita latino-americana é subserviente e saudosa de antigas hegemonias. É antissoberana e abdica da autodeterminação dos povos. Essa é a principal ameaça à construção de um continente integrado, desenvolvido e autônomo", declarou o petista.

No início deste mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros ao defender o fim da "perseguição judicial" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de alegar um prejuízo americano na relação comercial com o Brasil. Na última sexta-feira, 18, em novo gesto de afronta, o Departamento de Estado suspendeu o visto de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Lula falou com a sociedade civil, em Santiago, após se reunir com chefes de Estado progressistas em um encontro sobre a defesa da democracia.

Ao lado dos presidentes Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Yamandú Orsi (Uruguai), além do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, Lula participou de uma reunião de alto nível sobre defesa da democracia. O encontro tem como pano de fundo a estratégia do presidente em buscar parcerias para confrontar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a guerra tarifária e as sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

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