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Lula diz que setor privado e sociedade civil devem combater a mudança climática

Ricardo Stuckert / PR

Em discurso na cúpula de líderes da COP30, Lula defendeu que empresas e governos coloquem combate à mudança do clima no centro das decisões - Ricardo Stuckert / PR
Em discurso na cúpula de líderes da COP30, Lula defendeu que empresas e governos coloquem combate à mudança do clima no centro das decisões

Por Karla Spotorno, Mateus Maia, Paula Ferreira, Renan Monteiro, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 06/11/2025, às 13h03
Belém, 06/11/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que ações de enfrentamento e preparação para as mudanças do clima precisam ser materializadas “no centro das decisões” do setor privado e também da sociedade civil. Ele falou na abertura da cúpula de líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
 O chefe de Estado do Brasil diz ser necessário avançar para “superar a desconexão” entre os salões diplomáticos e a vida real. Para ele, o que for discutido na cúpula de líderes deve servir de bússola para as negociações técnicas. O grande evento com líderes mundiais antecede a COP30. É o momento preliminar, considerado essencial para a negociação.
Leia também: COP30 faz chamado para a participação do setor privado no evento
 O cerne da discussão é o financiamento. No ano passado, na COP do Azerbaijão, foi estabelecido que os países desenvolvidos devem “assumir a liderança” no fornecimento de, pelo menos, US$ 300 bilhões anuais até 2035, muito aquém do que é considerado necessário. O Brasil se comprometeu a apresentar, com o Azerbaijão, um roteiro de como alcançar a meta de US$ 1,3 trilhão.
 Esse documento divulgado ontem menciona, majoritariamente, instrumentos já existentes. Os exemplos incluem o perdão da dívida em troca dos esforços dos países para implementar medidas de combate às mudanças climáticas, bem como a liberação de crédito em condições e taxas favoráveis. O problema - e, na verdade, a solução - é o ganho de escala global desses mesmos instrumentos.

Confrontos entre países

Lula apontou que os confrontos entre países atrasam a busca de soluções à crise climática.
“Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam recursos que deveriam ir para o combate ao aquecimento global. Precisamos superar o descasamento entre o contexto geopolítico e a urgência climática”, acrescentou.
Lula também afirmou que a COP30 será o momento da verdade. “Não podemos abandonar o objetivo do acordo de Paris de aquecimento de 1,5 grau Celsius”, disse. “Nosso objetivo com essa cúpula de líderes em Belém é enfrentar as divergências”, afirmou.
 O presidente afirmou que a COP30 é o “ponto culminante” de um caminho pavimentado nos encontros do G20 e do Brics no Brasil. “Essa cúpula de líderes é uma inovação que trazemos para o universo das COPs. E nós podemos e devemos discutir tudo para além dos muros da convenção. Nossas palavras, vão servir de bússola para os próximos dias”, afirmou Lula.

Amazônia

 O presidente afirmou que é um marco realizar a COP na Amazônia. Disse que, na Amazônia, vivem povos atravessados pelo falso dilema entre prosperidade e preservação da natureza. “É justo que amazônidas indaguem o que está sendo feito para evitar o colapso climático. E interesses egoístas preponderam sobre o bem comum“, disse.
 O discurso, lido pelo presidente na maior parte do tempo, trouxe o tema da justiça climática. Ele disse que será impossível conter a mudança climática sem superar as desigualdades. “A Amazônia para o mundo é como uma bíblia, todos conhecem, mas interpretam da sua forma”, afirmou.
 Ele voltou a falar que o ano de 2025 é um marco para o multilateralismo. Festejamos os 80 anos das Nações Unidas e os dez anos do Acordo de Paris. “Passada uma década, ele se tornou o maior espelho das necessidades e das limitações do multilateralismo.
 "Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapa do caminho para de forma planejada e justa reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos", disse Lula.

Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse há pouco que "falta coragem política" para a transição energética, em direção ao uso de combustíveis não poluentes. Ele falou na abertura da cúpula de líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). "Não é mais tempo de negociação, é tempo de implementação", declarou.

Guterres reforçou o argumento sobre a necessidade de apoio aos países em desenvolvimento, especialmente aqueles mais dependentes de combustíveis fósseis. Ele afirmou ainda que o limite de 1,5°, ao aquecimento do planeta, deve ser mantido e a ONU não "desistirá" do objetivo de manter esse limitador.

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