Satélites a 550 km da Terra flagram avanço de espuma tóxica no Rio Tietê

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Espuma tóxica pode ser vista em trecho do Rio Tietê na cidade de Salto - Adobe Stock
Espuma tóxica pode ser vista em trecho do Rio Tietê na cidade de Salto
Por Estadão Conteúdo estadaoconteudo@estadao.com

Publicado em 05/08/2025, às 14h11

São Paulo, 05/08/2025 - Imagens de satélites que estão em órbita a 550 km de distância da Terra registram o avanço da espuma tóxica que cobre o Rio Tietê na região de Salto, no interior de São Paulo. A imagem datada de 19 de julho mostra uma pequena concentração de espuma próximo à cachoeira que dá nome à cidade.

Na outra foto, captada no dia 1º de agosto, e possível ver que o manto de espuma branca se estende até o limite da área urbana, sentido oeste, numa extensão aproximada de 5 quilômetros. O governo de São Paulo e a Sabesp atribuem a espuma ao esgoto não tratado e apontam investimentos para universalizar tratamento até 2029.

O registro mostra que houve um avanço considerável em poucos dias. De acordo com a SOS Mata Atlântica, a espuma é causada pela presença de detergentes e saponáceos contidos no esgoto que é despejado no rio.

As imagens foram captadas pela constelação Dove, da Planet, formada por mais de 130 satélites. A plataforma da SCCON, empresa brasileira especializada em geotecnologia, realiza o monitoramento com a detecção de mudanças e emissão de alertas climáticas, por exemplo. Como a Terra gira em torno do seu eixo, os satélites captam imagens da superfície terrestre todos os dias.

As imagens fazem parte da rede do programa Brasil MAIS, do Ministério de Justiça Segurança Pública. Os órgãos municipais e estaduais podem ter acesso às imagens e alertas, via RedeMAIS, e tomar decisões estratégicas e emergenciais com o acompanhamento diário das imagens.

A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) informou que a espuma no Tietê é um fenômeno histórico e causado por fatores como despejo de esgoto sem tratamento, de efluentes industriais e do lixo lançado indevidamente nos córregos e rios.

Leia também: Marco do saneamento faz 5 anos e universalização segue como desafio

Na Grande São Paulo, até 2023, o volume de esgoto não tratado equivalia a 22 mil piscinas olímpicas por mês. A companhia investe R$ 70 bilhões para universalizar o saneamento nas cidades em que opera até 2029. No primeiro ano da desestatização a empresa atendeu com tratamento de esgoto 1,4 milhão de pessoas.

O governo de São Paulo informa que a Cetesb, companhia ambiental do Estado, acompanha os episódios de formação de espuma no Tietê e intensificou as fiscalizações de estações de tratamento, indústrias e municípios que não tratam esgotos. Este ano, foram aplicadas multas no valor de R$ 3,8 milhões. O governo prevê R$ 20 bilhões de investimentos em saneamento e conectar 2,2 milhões de domicílios à rede de esgoto até 2029.

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