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Publicado em 04/08/2025, às 16h43 - Atualizado às 18h04
São Paulo, 04/08/2025 - A recente pesquisa "Panorama da Primeira Infância: O que o Brasil sabe, vive e pensa sobre os primeiros seis anos de vida" , realizada pelo Datafolha a pedido da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, revelou que 78% das crianças de até 3 anos e 94% das de 4 a 6 anos têm contato diário com TV, celular, tablet ou computador. Neste contato, o tempo de uso varia entre 2 e 3 horas.
“As telas são uma distração passiva que, em excesso, podem prejudicar o desenvolvimento infantil. Nos primeiros anos de vida, a criança aprende por meio de brincadeiras e atividades interativas. Por isso, é importante basear as aprendizagens iniciais em contextos concretos e relevantes para a criança”, explica Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.
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Ainda de acordo com a pesquisa, em média 40% dos cuidadores acreditam que as crianças estão mais tempo diante das telas do que deveriam; opinião reforçada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que orienta o limite 1 hora por dia para crianças com mais de 2 anos. Entre as maiores preocupações indicadas pelos entrevistados, estão "prejuízos à saúde física" (56%), "limitação do contato com outras pessoas e atividades" (42%) e "agitação ou agressividade" (42%).
No entanto, a opinião não é compartilhada por todos. 38% acha o tempo adequado, e 22% acha o tempo menor do que devia, evidenciando usos positivos, como manter a criança ocupada (18%), estimular o aprendizado (17%) e acalmar a criança (12%).
Ao serem questionados sobre "quais práticas impactam mais o desenvolvimento", avaliando com uma nota de 0 a 10, "ensinar a respeitar os mais velhos" teve a maior pontuação, com 96% de notas 9 e 10 entre os não cuidadores e 98% entre os cuidadores. "Ter uma rotina disciplinada e organizada" Conquistou o segundo lugar, com 87% de notas 9 e 10 entre os não cuidadores e 89% entre os cuidadores.
Quanto às estratégias para diminuir o uso de tela, a mais indicada foi "Incentivar brincadeiras ao ar livre e atividades físicas", (51%). Em conformidade com a prática citada anteriormente de "ter uma rotina disciplinada e organizada", 47% estabelecem horários fixos para uso, e 45% limitam o tempo diário. Por fim, 22% selecionam e monitoram os conteúdos, enquanto 15% não permitem o uso de telas. Luz explica que o segredo está no equilíbrio.
“O desafio não é simplesmente desligar as telas, mas construir com as crianças uma relação mais equilibrada com o tempo, o corpo e o afeto. Promover experiências ao ar livre, brincar junto e conversar são práticas simples e poderosas para um desenvolvimento mais saudável na primeira infância. Não podemos esquecer que, para algumas famílias, o celular pode atuar como uma rede de apoio, uma distração para que a mãe ou cuidadora possa realizar outras tarefas. Não podemos julgar essa mãe, mas oferecer alternativas que substituam isso”
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