Chief of staff: a função que ajuda os CEOs ganha relevância

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O Chief of Staff reduz a carga operacional do CEO, alinhando metas e garantindo que as áreas estejam atuando na direção certa - Envato
O Chief of Staff reduz a carga operacional do CEO, alinhando metas e garantindo que as áreas estejam atuando na direção certa
Por Cláudio Marques [email protected]

Publicado em 09/06/2025, às 11h39

São Paulo, 09/06/2025 - Um cargo que provavelmente muitas pessoas nunca ouviram falar vem ganhando relevância principalmente em grandes organizações. Está presente tanto no mundo corporativo em empresas como Microsoft, Google e Apple quanto em instituições como a Cruz Vermelha internacional. Trata-se do chief of staff (CoS), que até possui uma organização internacional, a Chief of Staff Association (CSA).

De acordo com a associação, os Estados Unidos são o país que mais reúne chiefs of staff. Citando dados do Harvard Business Review, a CSA informa que 78% das empresas do S&P 500 - que incluem corporações como Amazon, além de como Google, Microsoft e outras - já possuem um CoS em seu time. Ao mesmo tempo, 72% das empresas globais com receita acima de US$ 1 bilhão têm um CoS, segundo levantamento da McKinsey, mencionado pela CSA. Ainda segundo a associação, na Europa, 45% das companhias do FTSE 100 - que reúne 100 grandes organizações europeias, como HSBC, Unilever e outras - também já adotaram a função.

Qual o papel de um chief of staff?  

“O Chief of Staff reduz a carga operacional do CEO, que pode otimizar sua participação em reuniões e avaliação de projetos. O CoS é o elo estratégico entre liderança e equipes, alinhando metas e garantindo que as áreas estejam atuando de acordo com os objetivos maiores do negócio”, diz Carolina Laboissiere, diretora regional da CSA.

“Ele tem que ter habilidades para articular iniciativas, medir retornos, sabe se comunicar com executivos, com o board. São habilidades técnicas, mas também relacionais”, diz ela. Também deve conhecer os processos da empresa de forma detalhada, gerenciar equipes multidisciplinares e ter exposição ao C-Level, Comitês e Conselhos. “Ele leva agilidade à organização, encurtando o prazo para a tomada de decisões.

Laboissiere diz que o CoS é um trust advisor: “É uma pessoa de confiança, que conhece a cozinha da organização, conhece a cultura e sabe como destravar as agendas em prol do seu líder”. Inspirada na função exercida em governos, como o norte-americano, e forças armadas, a atribuição nasceu com base nesse cenário de complexidade e exigências.

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Carolina Laboissiere, diretora regional da CSA - Foto: Divulgação / CSA

“Nos Estados Unidos, além das grandes corporações, os Chief of Staffs já são bastante presentes em startups, uma vez que o cargo já se encontra amplamente disseminado. No Brasil, segundo dados recentes do Linkedin, 70% das unicórnios brasileiras já têm ou buscam um CoS”, comenta a executiva.

Ainda assim, somente no Brasil, a demanda cresceu 40% desde 2020, segundo dados da Catho. Globalmente, o crescimento chega a 60% no pós-pandemia, conforme a Harvard Business Review, acrescenta.

Segundo a diretora da CSA, o CoS também precisa ter capacidade de gerenciar crises.  “O CoS é fundamental para garantir coordenação eficiente, tomada de decisão ágil e comunicação clara entre líderes, equipes e acionistas".

De acordo com pesquisa da Harvard Business Review (HBR) intitulada ‘Como os Chiefs of Staff salvaram companhias durante o Covid-19’, que analisou o papel crítico dos CoS, 74% dos entrevistados relataram que o profissional foi essencial para mediar disputas entre departamentos. Além disso, 55% das empresas com CoS lançaram novos produtos/serviços durante a pandemia (contra 28% sem CoS).

Ela  própria começou a exercer a função, o que fez por 10 anos, de 2013 a 2023,  na Petz, embora o cargo tivesse outro nome. Uma das etapas mais marcantes desse período foi sua atuação no processo de mudança da marca. “A função de um CoS é muito entender os cenários, e depois fazer as coisas acontecerem”, diz ela.

A CSA tem programas para qualificar e certificar pessoas como CoS, por meio das formações presenciais em Oxford - que proporcionam certificação como CoS -, além de outros cursos remotos e eventos em diversos países.  “Um CoS, além de conhecer profundamente o negócio, deve ter excelentes habilidades de comunicação, resolução de crises e análise de dados”, reforça Lalo Medina, gerente responsável pela área de Membership Growth no escritório global da CSA em Londres. 

A associação internacional foi fundada em 2020  Seus 14 mil associados de diversos setores ocupam posições em organizações de mais de 70 países.

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