Etarismo é barreira para atuação em sustentabilidade, dizem profissionais 50+

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A  dificuldade de encontrar programas de capacitação em sustentabilidade também foi apontada pelos entrevistados - Hc Digital / Pexels
A dificuldade de encontrar programas de capacitação em sustentabilidade também foi apontada pelos entrevistados
Por Cláudio Marques claudio.marques@viva.com.br

Publicado em 17/09/2025, às 17h52 - Atualizado às 18h15

São Paulo, 17/09/2025 - Sustentabilidade, ESG e economia circular são temas que despertam o interesse dos profissionais 50+ e ocupam um espaço relevante nos planos de carreira dessas pessoas. Pesquisa realizada pela Maturi/NOZ Inteligência mostra que 65% têm interesse em atuar na área. No entanto, 65,6% afirmam que o etarismo no mercado de trabalho é a principal barreira à atuação nessa área.
Em segundo lugar no ranking dos desafios, ficou a dificuldade de encontrar programas de capacitação voltados à faixa etária acima de 50 anos. A falta de experiência prévia em sustentabilidade, ESG e economia circular aparecem em seguida, com 41%. Ao mesmo tempo, apenas 1,5% do total de 885 respondentes consideram os temas envolvendo sustentabilidade, ESG e economia circular irrelevantes. 
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A soma dos que consideram os assuntos muito relevantes ou extremamente relevantes chega a 71% e são vistos como tendo um papel importante nos planos de carreira (para os 36,5% que consideram muito relevantes), ou como  essenciais para o desenvolvimento e objetivos profissionais ou representam um diferencial no perfil profissional (para os 34,5% que consideram extremamente relevantes). Outros 23,5% veem esses temas como moderadamente relevantes: acreditam que são assuntos úteis, mas não a ponto de serem prioritários para a trajetória profissional.
“O preconceito etário ainda é uma das maiores barreiras para a contratação de profissionais experientes. Muitas empresas deixam de aproveitar talentos altamente qualificados, que poderiam agregar conhecimento, maturidade e visão estratégica em áreas emergentes como ESG e sustentabilidade", diz diz Mórris Litvak, cofundador e CEO da Maturi, empresa especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos.
Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi
Mórris Litvak, CEO da Maturia -- Divulgação/Maturi
"Essa exclusão não afeta apenas os profissionais, mas também limita a inovação e a diversidade dentro das organizações”, diz Mórris Litvak, cofundador e CEO da Maturi, empresa especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos", declara.
Mesmo os 24,2% que não têm certeza de querer atuar nessa área dizem que gostariam de aprender mais sobre as oportunidades. E outros 8,6% já atuam na área e querem se aprofundar no tema.
“O conhecimento limitado reforça a urgência de ampliar a comunicação e os programas de capacitação, de forma acessível e prática, para que essas pautas deixem de ser restritas a nichos e passem a integrar o cotidiano das pessoas e, consequentemente, suas escolhas profissionais”, afirma Juliana Vanin, economista e fundadora da NOZ Inteligência - uma consultoria em mercado e tendências, que também realiza estudos públicos sobre temas de impacto social.
Para o CEO da Maturi, não basta discutir sustentabilidade sem incluir a diversidade etária como parte da solução. “Há um enorme contingente de profissionais 50+ dispostos a aprender, inovar e contribuir para esse ecossistema”, afirma Litvak. “O caminho está em investir em capacitação contínua, criar oportunidades inclusivas e enxergar o valor estratégico que essa geração pode trazer para os desafios ambientais e sociais do nosso tempo”, acrescenta.

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