Líderes apontam flexibilidade de horário como principal fator de bem-estar do funcionário

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Bem-estar do profissional aumenta a produtividade, segundo 97% dos entrevistados - Envato
Bem-estar do profissional aumenta a produtividade, segundo 97% dos entrevistados
Por Cláudio Marques [email protected]

Publicado em 26/06/2025, às 18h07

São Paulo, 26/06/2025 -- A busca por melhores resultados tem feito líderes corporativos a também se voltarem para a busca de bem-estar para os funcionários. A pesquisa ROI do Bem-Estar 2025: A visão dos CEOs", aponta que  77% investem em programas de bem-estar para elevar a produtividade e o desempenho. E 58% dizem que mais flexibilidade na agenda melhoraria seu próprio bem-estar, e 45% acreditam que promover modelos de trabalho flexível é fundamental para o sucesso das iniciativas de bem-estar. 

Ao mesmo, para mais de 50% dos entrevistados, a flexibilidade de horário é o principal fator para satisfação dos colaboradores e contribuem para o engajamento. O estudo, realizado pela Wellhub, plataforma global de bem-estar corporativo, é baseado em insights de mais de 1.500 CEOs e líderes empresariais em dez países e teve o objetivo de apurar as prioridades dos executivos em relação ao bem-estar no ambiente de trabalho. O trabalho destaca que, apesar do custo, o maior desafio para os CEOs é garantir que os colaboradores realmente utilizem os benefícios de bem-estar oferecidos pelas empresas.

“A flexibilidade permite ao colaborador adaptar melhor o calendário cheio às suas necessidades”, diz Ricardo Guerra, líder do Wellhub no Brasil. A maleabilidade vai desde de horário de entrada e saída variados a dias de trabalho remoto. Uma possibilidade é poder escolher dois ou três dias da semana para sair mais cedo, ou entrar mais tarde, exemplifica o executivo. Dessa maneira, de acordo com ele, o funcionário teria como se dedicar a alguma atividade física. 

Performance

“Obviamente, respeitando a presença quando necessário”, ressalva Guerra. “O que se quer é que ele tenha uma boa performance, seja produtivo, entregue todas as tarefas do escritório no trabalho, mas também tenha tempo para acomodar a sua vida pessoal”, afirma. 

E, em busca de oferecer comodidade ao colaborador, quase metade dos CEOs têm planos de aumentar os investimentos em bem-estar mental nos próximos cinco anos, privilegiando a tecnologia e adotando ferramentas impulsionadas por inteligência artificial, que possam permitir, por exemplo, detectar sinais prematuros de burnout. Em consequência, haveria condições de adotar, em tempo hábil, condutas de apoio a quem apresenta sintomas compatíveis com esse quadro. Outro dado revela que 41% dos CEOs acreditam que as ofertas de bem-estar serão personalizadas.

Descompasso

O relatório também mostra um descompasso entre as percepções de líderes e funcionários, já que 77% dos executivos dizem que o bem-estar mental de seus colaboradores melhorou com a adoção de programas com esse fim, apenas 33% no último ano e apenas 50% dos empregados concordam com a afirmação.  

De acordo com a Wellhub, esses números ameaçam a confiança, o engajamento e permanência das pessoas na empresa.”Para os líderes de RH, recado é claro: é hora de criar programas visíveis, acessíveis e alinhados às necessidades reais dos colaboradores e não às suposições da liderança”, diz o texto do estudo. Um ponto apontado pela empresa é que incentivar a participação ativa de executivos ajuda a desenvolver embaixadores internos e impulsiona a adesão dos colaboradores. 

Retorno positivo

Ainda assim, mais de 80% relatam retornos positivos com seus programas de bem-estar: 97% afirmam que o bem-estar aumenta a produtividade, 67% observam redução do absenteísmo e 73% relatam retenção de talentos. Mas a produtividade é a principal motivação: mais da metade afirma que essa é a principal razão para investir em bem-estar.

A pesquisa foi conduzida online pela plataforma QuestionPro, entre 24 de janeiro e 7 de fevereiro de 2025, com líderes de empresas com mais de 100 colaboradores. O questionário contou com 67 perguntas, em formatos de múltipla escolha, escala Likert e respostas abertas. As respostas foram distribuídas igualmente entre Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Argentina, Chile, Romênia, Espanha, Itália, Alemanha e México (150–151 por país). O estudo tem 95% de nível de confiança e margem de erro de 5%.

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