Redução da criatividade é uma das principais preocupações da GenZ em relação à IA

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Para os jovens, benefícios da IA são economia de tempo em tarefas repetitivas e análise de grandes quantidades de dados - Pexels
Para os jovens, benefícios da IA são economia de tempo em tarefas repetitivas e análise de grandes quantidades de dados
Por Cláudio Marques [email protected]

Publicado em 10/06/2025, às 14h35

São Paulo, 10/06/2025 - O uso e a visão da GenZ a respeito de inteligência artificial refletem a dualidade entre a busca por inovação e a preocupação com a criatividade humana, com os jovens expressando tanto otimismo quanto preocupações em relação à adoção dessa tecnologia, de acordo com pesquisa global GenZ Report, realizada pela consultoria EY. 

O estudo ouviu ouviu 5.218 pessoas entre 17 anos e 27 anos em 16 países (Canadá, Estados Unidos, México, Brasil, Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Emirados Árabes, Nigéria, China, África do Sul, Índia, Indonésia, Coréia do Sul e Japão), sendo 47% do sexo masculino, 52% do sexo feminino e 1% não-binário.

Uma das vertentes do trabalho captou as preocupações da GenZ com o uso da IA. O resultado mostra que a redução do aprendizado e da criatividade humana (43%) e o aumento do desemprego em razão da substituição de empregos (43%) são as principais apreensões em relação à inteligência artificial, seguidas pela geração de informações e conteúdos falsos (39%).

Em outra ponta, os três principais benefícios da Inteligência Artificial, segundo esses jovens, são economia de tempo em tarefas repetitivas (58%), análise de grandes quantidades de dados com eficácia (53%) e redução de erros humanos em processos importantes (41%). “Esses aspectos apontados pela Geração Z estão alinhados com as necessidades das empresas, o que é um ponto bastante interessante pensando que esses entrevistados formam a força de trabalho do futuro e serão os novos líderes”, aponta Daniela Brites, sócia de consultoria em Gestão de Pessoas na EY. “Reconhecem os benefícios, mas também levantam questões sobre ética e confiabilidade das informações geradas”, diz.

O estudo também indica que 58% dos entrevistados devem aumentar o uso dessa tecnologia na vida profissional e 51% nas tarefas pessoais. Em contrapartida, segundo a EY, ainda há desencontro de expectativas entre usufruir da IA generativa e o estímulo ao uso, já que 42% disseram que acham que os professores os desencorajariam a usar essa ferramenta para concluir certas tarefas, enquanto apenas 15% disseram que os empregadores desestimulariam esse emprego.

Para Brites, é fundamental que as lideranças nas organizações desempenhem um papel ativo em incentivar o uso adequado da IA, ao promover um ambiente no qual ela seja vista como uma aliada, capaz de aumentar a eficiência e a precisão, sem comprometer o aprendizado e a criatividade. "Ao apoiar a formação e o desenvolvimento das habilidades necessárias para utilizar essas ferramentas de forma ética e responsável, as lideranças podem garantir que a Geração Z se torne não apenas consumidora, mas também criadora de soluções inovadoras que moldarão o futuro do trabalho", declara. Segundo a EY, até 2030, a geração Z representará 30% da força de trabalho global.

Ainda de acordo com a consultoria, o estudo também reforça que a forma de aprendizado sobre IA acompanha o comportamento da genZ no consumo de informações de maneira geral. Apenas 14% dos entrevistados identificam educadores como fonte de informação sobre IA, bem como programas de treinamento formalizados (14%) e colegas (12%). Em contrapartida, 55% recorre às mídias sociais para informações e 35% apostam em artigos e notícias. “Ainda há uma demanda por aprendizados mais formais, principalmente no que diz respeito a suporte e recursos para aprendizagem autoguiada”. afirma Daniela Brites.

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