São Paulo, 26/08/2025 - O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, disse que 76% dos aposentados que estavam aptos a aderir ao acordo na fraude do INSS já receberam o dinheiro de volta. Em entrevista à rádio CBN nesta terça-feira, ele assegurou aos ouvintes que fraudes nas proporções dos descontos indevidos não voltarão a acontecer, pelo fortalecimento da segurança das operações de desconto e consignado com o uso de biometria.
"A fraude ocorreu porque não existiam mecanismos de controle. Hoje, isso existe, passa por biometria. Depois, precisa atualizar anualmente, renovar sua filiação. E também o INSS tem que fazer uma fiscalização se a associação cumpre suas funções. Então, é um ambiente mais seguro e mais à prova de fraudes."
O ministro teceu críticas ao projeto de lei
1546/2024, em pauta no Congresso Nacional, que proíbe os descontos associativos em folha e torna obrigatória a validação por biometria facial. De acordo com Queiroz, o PL é amplo demais. "Não vim fazer defesa desse mecanismo [descontos de associações], é uma decisão do Congresso. Mas é uma decisão ideológica, há parlamentares que querem sufocar o movimento sindical", defende.
Wolney se posicionou contrário, uma vez que, segundo ele, existem associações íntegras. Segundo ele, se a associação é idônea, do ponto de vista do beneficiário, o desconto em folha automático é muito mais fácil. "Já se tiver que ir todo mês pagar um boleto, na prática estamos levando essas entidades à extinção. Se (o Congresso) quiser fim dos descontos automáticos, pode fazer, mas saiba que isso seria o fim do movimento sindical no Brasil", afirmou.
Questionado se aceitaria participar da CPMI do INSS, que investiga fraudes no instituto, o ministro disse que sim. "Estou disposto a depor na CPMI, tem boa história para contar. Hoje tenho muito mais dados."