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Protesto, censura e agressão a jornalistas: entenda a confusão na Câmara

Frame/Deputado Glauber Braga/Facebook

A ação desencadeou uma intervenção agressiva da Polícia Legislativa, que removeu o parlamentar à força - Frame/Deputado Glauber Braga/Facebook
A ação desencadeou uma intervenção agressiva da Polícia Legislativa, que removeu o parlamentar à força
Por Paula Bulka Durães

10/12/2025 | 10h52 ● Atualizado | 10h55

São Paulo, 10/12/2025 - Uma sessão na Câmara dos Deputados terminou em caos generalizado na terça-feira, 9. Em protesto contra a votação de sua cassação e o pacote que beneficia os condenados pelo episódio de 8 de janeiro, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) ocupou a cadeira da presidência da Casa legislativa.

A ação desencadeou uma intervenção agressiva da Polícia Legislativa, que removeu o parlamentar à força e empurrou deputados que protestavam durante a ocupação. Simultaneamente, os agentes agrediram jornalistas que tentavam, após expulsão, retornar ao Plenário. Em um episódio histórico, o sinal da TV Câmara foi cortado, impedindo a população de acompanhar a situação.

Como começou o tumulto?

Na tarde de terça-feira, 9, o deputado federal Glauber Braga se sentou na cadeira do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e afirmou que de lá não sairia. O parlamentar protestava contra o processo do qual é alvo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

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Durante a ocupação, a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados impediu a entrada de assessores e jornalistas na sessão; o acesso foi permitido apenas aos deputados. Em seguida, em decisão inédita, a TV Câmara também suspendeu a transmissão do que ocorria dentro do Plenário.

Imagens obtidas pela GloboNews, filmadas pelos deputados que acompanhavam a cena, mostram o parlamentar sendo removido pela Polícia Legislativa da cadeira à força, com princípio de confusão entre os agentes de segurança do Congresso e seus aliados.

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Após o tumulto, o deputado afirmou que irá realizar um exame de corpo de delito. "Era necessário atacar as deputadas? Precisava de uma ação tão violenta e forçada?", disse Glauber em entrevista coletiva.

As deputadas Célia Xakriabá (Psol-MG) e Sâmia Bomfim (Psol-SP), junto a Glauber Braga, registraram um boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal.

Tentando reaver o acesso ao Plenário, jornalistas foram empurrados e agredidos pelos agentes de segurança. Algumas repórteres relataram nas redes sociais terem recebido "puxões" de cabelo durante a abordagem.

A Polícia Legislativa readmitiu o acesso da imprensa e de assessores ao plenário da Câmara dos Deputados por volta das 18h45.

Contradições

Em agosto, deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa durante 48 horas, como estratégia para forçar a votação da anistia. Na ocasião, os parlamentares deixaram a cadeira após negociações, sem uso de força pela Polícia Legislativa.

Em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que não solicitou a retirada dos jornalistas e a interrupção do sinal da TV Câmara e que a Polícia Legislativa apenas cumpriu o protocolo de segurança.

Nas redes sociais, Motta declarou que a cadeira da presidência não pertence individualmente a ele, mas à República e à democracia, e que não há autorização para os parlamentares utilizarem o posto como "instrumento de intimidação e desordem".

*Reportagem em colaboração com Victor Ohana, da Broadcast

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