Supersalários do Judiciário aumentaram 49,3% em 2024, aponta pesquisa

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Os aumentos foram potencializados por auxílios e benefícios, como os chamados "penduricalhos"
Por Paula Bulka Durães [email protected]

Publicado em 01/07/2025, às 12h23 - Atualizado às 17h54

São Paulo, 01/07/2025 - Os custos com os salários dos magistrados acima do teto constitucional, conhecidos como supersalários, cresceram 49,3% em 2024 no País, se comparado com o ano anterior. Esse crescimento esteve acima da inflação no mesmo período, de 4,83% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os dados foram expostos pela pesquisa do Movimento Pessoas à Frente.

De acordo com o estudo, as despesas passaram de R$ 7 bilhões em 2023 para R$ 10,5 bilhões. No período de um ano, houve o crescimento de 21,95% nos rendimento líquido dos magistrados, que subiram de R$ 45.050,50 para R$ 54.941,80. Em fevereiro de 2025, o valor chegou a R$ 66.431,76.

Segundo a pesquisa, os aumentos foram potencializados por auxílios e benefícios, como os chamados "penduricalhos", pagamentos feitos aos profissionais do setor público por meio de verbas indenizatórias, que permitem com que os gastos ultrapassem o limite estabelecido para o funcionalismo público, que hoje é de R$ 46.366,19.

Os adicionais já representam 43,67% dos rendimentos líquidos recebidos pelos magistrados. A previsão do estudo é que os extras ultrapassem a metade da remuneração desses profissionais nos próximos meses. 

O estudo lista, ao menos, 32 magistrados que recebem acima do teto constitucional. Deste total, ao menos 14 estão classificados incorretamente como beneficiários de indenizações, quando na verdade os recebimentos têm natureza remuneratória. 

O levantamento foi feito em parceria com o pesquisador Bruno Carazza, economista e jurista com pós-doutorado em Harvard, com foco em políticas públicas e governança.

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