Foto: Reprodução
Por Joyce Canele
[email protected]Os anos 1980 foram um período de grandes mudanças e intensas emoções no Brasil e no mundo. Entre avanços políticos, movimentos culturais e revoluções musicais, o País e o planeta enfrentaram mortes de figuras que marcaram gerações com seus talentos, suas lutas e suas histórias.
15 personalidades que partiram durante essa década deixando legados na memória coletiva. De ícones da música popular brasileira e internacional a líderes políticos e ativistas ambientais, cada um desses nomes contribuiu para moldar o cenário cultural e social de sua época.
Poeta, diplomata e dramaturgo, Vinicius celebra a MPB eternizada com “Garota de Ipanema”, em parceria com Tom Jobim. Sua trajetória também é marcada por canções como “Aquarela”, “Eu Sei Que Vou Te Amar” e “Chega de Saudade”. Morreu no Rio de Janeiro após complicações causadas por isquemia cerebral.
Aos 40 anos, o ex-Beatle foi brutalmente assassinado por um fã em frente ao seu apartamento em Nova York. Figura central da música, ativista e símbolo de paz, Lennon deixou um vazio profundo no mundo pop.
Lionel Ritchie? Não. O rei do reggae, líder dos Wailers, revolucionou a música com faixas como “No Woman No Cry” e difundiu a espiritualidade rastafári. Diagnosticado em 1977 com câncer, morreu em Miami. Seu funeral foi tratado como cortejo de chefe de estado.
Apelidada de “Pimentinha”, Elis tornou-se referência na música brasileira por suas interpretações emotivas. Desde os 11 anos na rádio, consagrou-se com prêmios e troféus. Veio a falecer aos 36 anos por alta dose de cocaína e álcool.
O “Rei do Ritmo” que popularizou o samba rock imortalizou clássicos como “O Canto da Ema” e “Sebastiana”. Autodidata, atingiu seu auge após shows no Rio; morreu em Brasília vítima de embolia cerebral. Recebeu homenagens póstumas, incluindo estátuas e documentário.
A primeira mulher com mais de meio milhão de cópias vendidas, Clara era símbolo da raiz africana no samba. Com seu estilo marcante – vestido rendado, pulseiras e cabeleira ruiva –, teve morte repentina, durante uma cirurgia, por choque anafilático.
Eleito o primeiro presidente civil após a ditadura militar, Tancredo emocionou o país. Tragicamente, foi internado horas antes da posse e morreu em consequência de diverticulite. Seu vice, José Sarney, assumiu interinamente.
Figura central da Mangueira, com mais de 600 composições, destacou-se por obras como “Juízo Final” e “Folhas Secas”. Manteve a poesia sambista viva até sua morte por enfisema pulmonar.
Apresentador de televisão (“Nossos comerciais, por favor”), Flávio morreu vítima de um ataque cardíaco durante seu programa. Era uma voz influente e polêmica da TV brasileira.
A “Rainha Ginga”, revelada aos 63 anos, trouxe à luz cantos negros ancestrais com alma e força. Trabalhava como lavadeira e passadeira antes de gravar “O Canto dos Escravos” e conquistar espaço na MPB. Faleceu vítima de AVC.
Um dos maiores poetas brasileiros, criou versos eternos como “no meio do caminho tinha uma pedra”. Tradutor, cronista, ironista do cotidiano, partiu poucos dias após a morte de sua filha, deixando enorme legado literário.
Abelardo Barbosa, o “Velho Guerreiro”, reinou no rádio e na TV (“Cassino do Chacrinha”), popularizando bordões e ao mesmo tempo sendo figura crítica e irreverente. Enfrentava câncer de pulmão e sofreu infarto com insuficiência respiratória.
Símbolo da luta na Amazônia, o seringueiro e líder sindical mobilizou trabalhadores rurais, fundou o Conselho Nacional de Seringueiros e ajudou a criar o PT. Foi assassinado por fazendeiros, deixando um marco de resistência ambiental e social.
O “Rei do Baião” popularizou ritmos nordestinos com obras como “Asa Branca” e “Baião de Dois”. Com mais de 200 discos e 30 milhões de cópias, vinha debilitado por pneumonia e osteoporose. Apoiou-se em homenagens como enredo de escola de samba.
O “pai do rock brasileiro” uniu rock, baião e filosofia em músicas icônicas, ao lado de Paulo Coelho. De volta ao Brasil após exílio, enfrentava alcoolismo e diabetes; morreu por ataque cardíaco e pancreatite. Até hoje, nos bares, gritam: “toca Raul”.
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