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Prêmio Carioca de Contos tem inscrições de todas as idades; 40+ são maioria

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Entre os inscritos no prêmio há gari, médico, professor, jornalista, arquiteto, advogado, engenheiro, entre outras profissões - Adobe Stock
Entre os inscritos no prêmio há gari, médico, professor, jornalista, arquiteto, advogado, engenheiro, entre outras profissões
Por Alessandra Taraborelli

16/12/2025 | 06h58

São Paulo, 16/12/2025 - Escrever não tem idade, é uma maneira de organizar os pensamentos e dar vida as ideias. É um prazer que surge a cada palavra escrita e que traz todo tipo de emoção. Escrever, além de ser uma forma de relatar fatos e a história, também é uma maneira de revelar e descobrir sentimentos.
Para isso, não existe limite de idade. Uma prova é o perfil dos inscritos no 1ª Prêmio Carioca de Contos 2025, que recebeu inscrições de diferentes gerações, inclusive de pessoas com 90 anos que ainda desejam ver o seu nome marcado na capa de uma obra literária. O prêmio, idealizado pela escritora e produtora cultural Bárbara Cortesi, busca valorizar o talento local e dar voz à pluralidade da escrita produzida no Rio de Janeiro.
A análise etária dos inscritos mostra que o prêmio atraiu desde jovens de 18 anos até autores de mais de 90 anos, mas os 40+ lideraram as inscrições. Os 40+ totalizaram 21,7% dos inscritos, seguidos de 60 anos (19,2%), 70 anos (8,7%) e, 80 anos (2,5%), o que reforça que a escrita segue como espaço de memória, expressão e potência criativa ao longo da vida. Os participantes de 30 anos responderam por 18,6% das inscrições. 
“As inscrições formaram um mosaico intergeracional raro em concursos literários. É emocionante ver essa variedade de idades. A literatura carioca não tem uma só cara, e os inscritos mostram isso com muita força. São vozes de todas as fases da vida, escrevendo sobre o que vivem, observam e imaginam e, sim, sonham com uma carreira literária”, afirma Bárbara Cortesi.
Para além da variedade na faixa etária, o desejo de virar autor de livros e até mesmo de se projetar no cenário literário brasileiro é compartilhado com pessoas das mais diferentes ocupações: entre os inscritos no prêmio há gari, médico, professor, jornalista, arquiteto, advogado, engenheiro, entre tantas outras. São pessoas também com variados graus de escolaridade, incluindo pós-graduados que conhecem bem a escrita acadêmica, mas querem se aprofundar na arte literária, formando um panorama rico e diverso.

Um retrato do Rio

Embora a zona norte tenha registrado o maior número, com 37% das inscrições, em termos absolutos, a análise por bairros e ruas mostra que a distribuição é diversa e cheia de nuances: A Tijuca (zona norte) ficou em primeiro lugar, seguida de Botafogo, Copacabana e Laranjeiras, todos da zona sul, sendo que o quinto lugar ficou com a Barra da Tijuca, da recém criada zona sudoeste. Vale ressaltar, que os autores e autoras inscritos vieram tanto dos metros quadrados mais caros quanto das comunidades da cidade.
Para Cortesi, esse panorama mostra que a participação no prêmio não se restringe a uma zona ou faixa socioeconômica específica, refletindo a heterogeneidade do fazer literário do Rio em seus diferentes bairros.

Destaques de ruas

A Rua das Laranjeiras, em primeiro lugar no ranking de ruas, confirma a presença de moradores engajados com a cultura e a literatura no bairro. Já o segundo lugar foi da Rua Uruguai, atravessando a Tijuca, o Andaraí e Bonsucesso, evidenciando como uma única via conecta e revela o fazer literário distribuído ao longo do território. 
O terceiro e o quarto lugares ficaram respectivamente com a Avenida Dom Helder Câmara e a Praça Barão de Drumond, reafirmando os números mais expressivos de inscrições na zona norte. 
E o quinto lugar foi a grande surpresa: a Rua do Russel, na Glória, embora seja uma rua pequena, sua presença entre as cinco com maior número de inscritos chama atenção. A Glória vive atualmente um momento de efervescência cultural, e a participação expressiva da Rua do Russel parece dialogar com esse movimento, mostrando como espaços menores podem se tornar protagonistas em iniciativas culturais e literárias.
Esses exemplos confirmam que o Rio de Janeiro é imprevisível e plural, e que as inscrições refletem tanto bairros consolidados culturalmente quanto espaços emergentes, que ganham relevância de forma surpreendente.

O mapa astral da literatura carioca

Além dos dados tradicionais, o prêmio também compilou - de forma lúdica - o “ranking astrológico” dos participantes. O signo mais presente entre os inscritos é Gêmeos (13%), tradicionalmente associado à comunicação e à escrita. Na sequência aparecem Câncer (10,8%), Capricórnio (9,3%), Aquário (9,3%), Touro (9%) e Libra (9%). No fim da lista, Sagitário (4,6%) é o signo com menor participação. “A gente se divertiu com esse recorte. Se a literatura carioca tivesse um mapa astral, certamente seria geminiana”, brinca Bárbara.

Sobre o prêmio

Com júri formado por nomes como Jeferson Tenório, Mariana Salomão Carrara, Marcelo Moutinho, Cláudia Chigres, Juliana Leite e Leonardo Tonus, o Prêmio Carioca de Contos chega para fortalecer a produção local no ano em que o Rio de Janeiro é reconhecido pela UNESCO como Capital Mundial do Livro (2025).
Os 20 selecionados participarão de uma jornada formativa online, com cursos, mentoria individual e aula magna de marketing editorial. O livro coletivo com os contos será lançado em abril de 2026.

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