Consumo entre as classes D e E deve crescer em 2025, aponta estudo

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Favelas brasileiras movimentam mais de R$ 200 bi por ano, mas esses consumidores, muitas vezes, ainda são invisíveis - Envato
Favelas brasileiras movimentam mais de R$ 200 bi por ano, mas esses consumidores, muitas vezes, ainda são invisíveis
Por Fabiana Holtz [email protected]

Publicado em 03/06/2025, às 10h13

São Paulo, 03/06/2025 - Entre a famílias com renda até dois salários-mínimos 59% consideram que devem aumentar o consumo ainda neste ano, de acordo com pesquisa da Data-Makers, divulgada com apoio da ONG Gerando Falcões e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Na média da população, 57% demonstram maior intenção de consumo.

A maior tendência para o consumo desse público se confirma em outro dado. Somente 6% dos consumidores de baixa renda revelaram intenção em reduzir os gastos neste ano.

Outra descoberta do levantamento “Brasil Invisível: Insights sobre o consumidor de baixa renda”, é que nas classes D e E há uma preocupação com causas sociais, ambientais e éticas na hora de consumir, seu principal instrumento na hora de realizar uma compra é o celular e eles são multiplataforma. 

Com relação ao tema saúde, 73% dos consumidores das classes D e E valorizam produtos zero açúcar, maior porcentagem nacional, liderando as buscas por opções de alimentos mais saudáveis.

Celular

De acordo com o levantamento, o celular domina como canal preferido de compras (49%), superando a média populacional, que é de 46%. Para Fabrício Fudissaku, CEO do Data-Makers, os resultados quebram dois estereótipos importantes. "Não há retração de consumo entre os mais pobres, nem dependência de canais físicos", afirma.

Segundo ele, a pesquisa deixa claro o apetite de consumo da baixa renda e sua autonomia digital. "Marcas que entenderem esse movimento podem encontrar oportunidades inéditas para construir relações sólidas e modernas com esse público, que quer ser reconhecido e valorizado também como consumidor digital".

A pesquisa, acrescenta Sérgio Rocha, executivo de marketing e comunicação da Gerando Falcões, ajuda também a desmistificar a forma de consumo da população que mora, principalmente, nas favelas e periferias do país. Segundo ele, as favelas brasileiras movimentam mais de R$ 200 bilhões por ano, mas esses consumidores, muitas vezes, ainda são invisíveis para as marcas.

Multiplataforma

O levantamento releva ainda que o consumo de mídia na periferia é digital e multiplataforma: 91% das pessoas das classes D e E acessam a internet diariamente, com destaque para Facebook (71%), Instagram (77%) e TikTok (50%), além da forte presença no YouTube (70%) e a manutenção do consumo diário de TV aberta (65%). O uso simultâneo de telas tradicionais e digitais também foi detectado.

Realizada entre abril e maio, a pesquisa online ouviu 2.465 pessoas maiores de 18 anos, sendo que 1.331 foram especificamente com consumidores das classes D e E, segundo critérios da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). A amostra apresenta distribuição regional representativa do Brasil: Sudeste (38%), Nordeste (25%), Sul (16%), Centro-Oeste (12%) e Norte (9%).

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