Juros no cartão? Evite entrar no rotativo com autocontrole e disciplina

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Ficar atento aos parcelamentos é um dos passos para evitar o descontrole no cartão - Foto: Envato Elements
Ficar atento aos parcelamentos é um dos passos para evitar o descontrole no cartão

Por Fabiana Holtz e Eduardo Rodrigues, do Broadcast

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Publicado em 14/05/2025, às 12h46 - Atualizado às 14h06

São Paulo e Brasília, 14/05/2025 – A falta de um controle mais cuidadoso das finanças pessoais tem levado muitas famílias ao endividamento, em alguns casos, por falta de conhecimento, principalmente no caso do famigerado cartão de crédito.

Saber os caminhos para evitar as “armadilhas” do crédito rotativo do seu cartão é apenas um dos passos que podem te ajudar, inclusive, a dar início a um fundo de reserva para emergências ou a realização daquele projeto ou viagem que ficou para depois.

Dicas para não cair no rotativo

- A primeira dica é nunca, jamais, empreste seu cartão. Mesmo que seja para um familiar, tenha em mente que ao fazer isso você está assumindo a responsabilidade por uma dívida que não é sua.

- Verifique as taxas cobradas pela instituição financeira que está te oferecendo o cartão antes de contratá-lo. Principalmente qual é o critério de juros do banco no caso do crédito rotativo e os benefícios oferecidos. O ideal é fazer uma pesquisa com outros bancos.

- Anote seus gastos, principalmente os parcelados, para ter uma ideia do comprometimento de sua renda mensal para os próximos meses. Além de evitar o descontrole financeiro, a famosa planilha ou aplicativo com as ‘despesas do mês’ ajuda a evitar gastos desnecessários e acende o alerta de quando é preciso se conter.

- Fique atento ao hábito de parcelamento. A tentação de comprar em 12 vezes sem juros é grande, mas as chances de se perder e acabar se afogando em um mar de dívidas também é grande. O ideal é ter na ponta da língua quanto da sua renda já está comprometida antes de assumir novos parcelamentos, além de demonstrar autocontrole, essa atitude te dá segurança e horizonte.

- Sempre que possível pague o total da fatura, ou seja, se planeje para tal. Caso isso não seja possível, sinal de alerta ligado: você infelizmente gastou mais do que deveria e precisa rever suas finanças.

- E a última dica, mas não menos importante, procure um empréstimo com as melhores taxas para quitar a dívida, evitando assim cair na verdadeira ‘bola de neve’ dos juros do crédito rotativo. Existem no mercado diversas modalidades de crédito disponíveis com taxas menos ‘salgadas’ que a do cartão.

Como funciona o crédito rotativo?


O crédito rotativo é um produto oferecido ao consumidor quando ele não consegue quitar o total da fatura do cartão até o vencimento. Não existe mais o pagamento mínimo obrigatório de 15% do valor da fatura, mas segundo o Banco Central, cada instituição financeira pode estabelecer com os clientes um pagamento mínimo mensal.

A diferença entre o valor total e o que foi efetivamente pago até o vencimento se transforma em um empréstimo. Por conta disso, passam a ser aplicados juros.

Endividamento das famílias

A taxa de famílias endividadas no Brasil chega 77,6%, de acordo com dados de abril da pesquisa sobre endividamento e inadimplência da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Já a inadimplência ficou em 29,1%, mesmo nível registrado em janeiro deste ano.

E esses números são ainda mais preocupantes em um momento no qual a ascensão das casas de apostas (as famosas bets) tem levado milhares ao descontrole financeiro e consequentemente ao superendividamento.

Para tentar conter o endividamento das famílias nessa modalidade de crédito, desde janeiro do ano passado, por regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN), o valor da dívida feita no crédito rotativo e no parcelamento da fatura não pode ultrapassar 100% do valor total da dívida.

BC está de olho


Hoje, o Banco Central (BC) anunciou que passará a apurar mensalmente as informações sobre o custo total das operações com cartões de crédito, referentes aos juros e encargos pagos pelos tomadores. O objetivo é melhorar a comunicação sobre o cumprimento da lei que desde o começo do ano passado limita o aumento das dívidas no cartão a 100% do valor original das operações.

Embora a limitação esteja sendo cumprida, as taxas de juros que transparecem nas estatísticas na modalidade dão a impressão de uma cobrança muito maior. Em março, por exemplo, a taxa do rotativo ficou em 445% ao ano, enquanto a modalidade parcelada teve juros de 181% ao ano.

Para chegar às taxas anuais, o BC extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa nem sempre é efetivada, já que os consumidores normalmente ficam "pendurados" no cartão por apenas dias ou semanas.

A instrução normativa publicada nesta quarta-feira determina que devem ser informados os porcentuais correspondentes aos percentis 25, 50, 75 e 100 das operações de crédito rotativo e de parcelamento de fatura. Os dados devem retroagir até o dia 3 de janeiro de 2024, quando o teto de juros do cartão entrou em vigor.

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