São Paulo, 27/06/2025 - As negociações de produtos e serviços relacionados aos esportes movimentaram R$ 170 bilhões na economia brasileira, em 2023. O montante foi calculado pela primeira vez em estudo feito pela Sou do Esporte, organização não governamental voltada à promoção do setor.
Segundo o levantamento, feito em parceria com a EY, o comércio representa 52% deste montante - inclui vendas de vestuário, acessórios, equipamentos e produtos licenciados. A indústria responde por 13% - materiais para prática de esportes, uniformes e calçados, entre outros. Já a rubrica "Esportes e outras atividades recreativas" movimentam 25% do total - aqui, o levantamento considera atividades de clubes, associações esportivas,
ensino de esporte, além de práticas em academias de ginástica.
A CEO da Sou do Esporte, Fabiana Bentes, diz que o maior desafio na produção do estudo foi exatamente a falta de dados do setor - por isso os números são de 2023 e não de 2024 - embora ela acredite que entre um ano e outro não haja uma grande diferença. Isso deve acontecer nas próximas edições, quando os volume financeiros movimentados pelas casas apostas, as
bets, passarem a ser contabilizados - vale lembrar que a regulamentação das bets aconteceu a partir deste ano.
"O levantamento servirá de suporte aos vários atores do setor na reivindicação de políticas públicas perenes para o esporte", diz ela.
A atual legislação,
Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/06), por exemplo, vige até 2027. Além disso, lembra Fabiana, apenas 2% dos investimentos podem ser deduzidos - ao contrário do fomento à cultura, cuja dedução de pessoas jurídicas pode chegar a até 4%. No ano passado, isenções e benefícios fiscais do Governo Federal somaram R$ 519 bilhões. Deste total, apenas R$ 1 bilhão foi direcionado ao esporte.