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Aromaterapia vai além de perfumar ambientes: ajuda no bem-estar emocional

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Para integrar a aromaterapia à sua rotina, use difusores, sprays de ambiente e nos cuidados pessoais - Adobe Stock
Para integrar a aromaterapia à sua rotina, use difusores, sprays de ambiente e nos cuidados pessoais
Por Alessandra Taraborelli

25/12/2025 | 12h00

São Paulo, 25/12/2025 - A vida está cada vez mais acelerada e para dar conta de todas as responsabilidades, muitas pessoas buscam alternativas para manter o bem-estar emocional e, entre elas, está a aromaterapia, uma prática terapêutica muito antiga que utiliza óleos essenciais extraídos das plantas para promover saúde física, mental e emocional.

Os óleos essenciais são substâncias naturais, voláteis e de fragrância variável, obtidas de diferentes partes das plantas, como folhas, flores, caules, cascas e raízes. O uso terapêutico das plantas e de seus óleos é tão antigo quanto a própria civilização, sendo considerado uma das formas mais primitivas de medicina e também de cosmética.

Leia também: Lavanda: 5 motivos para incluir a planta no seu dia a dia

A aromaterapia moderna, como a conhecemos hoje, começou em 1928 com o químico francês René Maurice Gattefossé. Ele sofreu um acidente em seu laboratório de perfumes e queimou o braço. Na tentativa de apagar o fogo, mergulhou-o em um barril de óleo de lavanda e, para sua surpresa, a dor cessou rapidamente e não houve os sintomas típicos de queimaduras, como vermelhidão, bolhas ou cicatrizes. Ele dedicou sua carreira a estudar as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais e seu livro Aromathérapie é considerado o marco fundador da Aromaterapia Moderna.

A Aromaterapeuta Conceição Silva posando para foto
A Aromaterapeuta Conceição Silva, lembra que o olfato é um dos sentidos mais antigos do homem - Arquivo pessoal

A aromaterapeuta Conceição Silva lembra que o olfato é um dos sentidos mais antigos do homem e está diretamente ligado ao sistema límbico, a parte do cérebro responsável pelas emoções e memória.

“Quando inalamos um aroma, as moléculas aromáticas viajam pelo nariz e se ligam aos receptores olfativos, que enviam sinais ao cérebro. Este processo pode desencadear uma série de respostas emocionais e físicas. No uso tópico, quando os óleos são aplicados na pele diluídos em um óleo vegetal, seus componentes são absorvidos e entram na circulação. Assim, eles podem agir tanto na área aplicada, trazendo conforto ou alívio local, quanto no organismo de forma geral, potencializando os benefícios da aromaterapia”, explica.

Conceição ressalta ainda que o uso tópico,  olfativo ou por difusão influenciam a forma como os óleos essenciais interagem com o corpo: o tópico atua diretamente na pele e músculos, o olfativo age pelo sistema nervoso via inalação, e a difusão espalha o aroma no ambiente para efeitos emocionais e energéticos. “Se o objetivo é físico, escolha o uso tópico; se emocional imediato, prefira o olfativo; e se ambiental ou coletivo, use a difusão”, indica.

Rotina diária

Para integrar a aromaterapia à rotina diária, a profissional sugere o uso de difusores, sprays de ambiente e nos cuidados pessoais. O segredo é escolher óleos adequados para cada momento do dia e respeitar diluições e contraindicações.

Ele observa ainda que, no Brasil, a aromaterapia foi incluída em 2018 na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS) e, isso significa que pode ser usada em conjunto com tratamentos médicos, especialmente em atenção primária.

“A aromaterapia funciona como uma ponte entre o cuidado tradicional e práticas integrativas, oferecendo suporte emocional e físico. Ela complementa tratamentos médicos ao reduzir sintomas, melhorar qualidade de vida e potencializar resultados, mas sempre deve ser usada de forma responsável e sempre com acompanhamento profissional.”

Benefícios clínicos

Os óleos essenciais são poderosos e seus efeitos  acontecem em três níveis: fisiológico, psicológico e vibracional-energético.

- Fisiológico: ocorre pela absorção dos princípios ativos do óleo essencial pelo organismo, seu  benefício se dá pelas propriedades  analgésicas, antinflamatórias, antifúngicas, sedativas, estimulantes, bactericidas ,antioxidantes, etc.

- Psicológico:  cada óleo essencial possui um efeito psíquico específico. Na aromaterapia, esse efeito psicológico está diretamente relacionado à atuação sobre o sistema límbico, região do cérebro responsável pelas emoções e pela memória. A ação ocorre por meio da inalação — seja direta ou indireta — dos óleos, influenciando nosso estado mental e emocional. Importante ressaltar que nesse processo, a memória olfativa desempenha papel fundamental, pois é ela que determina as sensações, lembranças e emoções rememoradas por cada aroma.

- Vibracional-Energético: esse benefício acontece através da vibração, da memória energética, da informação da planta. Essas características são determinadas pela relação da planta com o seu habitat,  por sua classificação botânica, sua composição química.

Erros mais comuns ao usar aromaterapia

- Aplicar óleos essenciais puros na pele: muitos acreditam que, por serem “naturais”, são seguros. No entanto, os óleos essenciais são altamente concentrados e podem causar irritações, queimaduras ou reações alérgicas graves.

- Exceder a quantidade recomendada: pensar que “mais gotas é igual a mais efeito” ou deixar o difusor ligado por várias horas são erros comuns. O excesso de óleo essencial pode provocar náuseas, dor de cabeça e irritações.

- Ignorar contraindicações: cada óleo possui particularidades bioquímicas e é necessário considerar fatores como alergias, interações medicamentosas e possíveis efeitos que podem agravar certas doenças.

- Armazenamento inadequado: deixar frascos abertos ou expostos à luz e ao calor compromete a qualidade dos óleos essenciais.

- Uso em crianças e animais sem orientação: a pele e os sistemas fisiológicos de bebês, crianças e animais são mais sensíveis. O uso inadequado pode ser perigoso.

Existem contraindicações

Conceição ressalta que cada óleo essencial possui suas particularidades bioquímicas. Por exemplo, o alecrim pode ser contraindicado para pessoas hipertensas ou epilépticas; os óleos cítricos podem causar fotossensibilidade e provocar queimaduras graves; já a canela é dermocáustica e pode irritar peles sensíveis. Para evitar esses problemas, é fundamental conhecer as especificidades de cada óleo e consultar fontes confiáveis ou profissionais experientes na área da aromaterapia.

Como escolher óleos de qualidade e evitar produtos adulterados

Os óleos essenciais são princípios ativos naturais, extraídos diretamente das plantas. Ao adquiri-los, é importante verificar sua pureza, procedência e a transparência do fabricante. Empresas sérias disponibilizam laudos técnicos e fichas analíticas para confirmar a composição química dos óleos essenciais, e seus produtos trazem no rótulo o nome botânico, o número do lote e o país de origem.

“Essas informações são fundamentais porque, para reduzir o custo de fabricação, muitas empresas adulteram seus produtos utilizando essências sintéticas. Essas essências são criadas por via química, não a partir dos componentes encontrados nos óleos essenciais originais, e por isso não possuem ou não apresentam funcionalidade terapêutica, podendo ser utilizadas apenas como agentes de aromatização em produtos de higiene pessoal, perfumes e produtos de limpeza”, explica, acrescentando que os óleos essenciais vendidos a preços muito baixos devem ser questionados, principalmente quando se trata de óleos mais raros.

Procure sempre um profissional

Conceição pondera ainda que  a aromaterapia, como prática integrativa e complementar à saúde, deve ser aplicada por profissionais qualificados, que conheçam sua funcionalidade, a forma e a dose correta de uso. É igualmente importante que promovam a utilização de óleos essenciais de qualidade, garantindo seus efeitos terapêuticos com responsabilidade e consciência. Embora os óleos essenciais ofereçam diversos benefícios para a saúde, também podem apresentar riscos e efeitos indesejados, os quais são minimizados quando utilizados de maneira apropriada.

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