Seu pet está ganhando peso? Veja como evitar os riscos da obesidade nos animais

Foto: Envato Elements

Uma pesquisa expõe um panorama preocupante sobre a obesidade em animais de estimação no Brasil - Foto: Envato Elements
Uma pesquisa expõe um panorama preocupante sobre a obesidade em animais de estimação no Brasil

Por Beatriz Duranzi

[email protected]
Publicado em 23/06/2025, às 13h54

São Paulo, 23/06/2025 - Um estudo realizado pela Censuswide a pedido da Royal Canin expõe um panorama preocupante sobre a obesidade em animais de estimação no Brasil. Com base em entrevistas com 2.000 tutores e 250 médicos-veterinários, o levantamento revela que a alimentação desequilibrada e a falta de atividade física são os principais vilões por trás do ganho de peso em cães e gatos, condição que ameaça diretamente a saúde, a qualidade de vida e a longevidade dos animais.

Alimentar com amor, mas sem orientação

O levantamento mostrou que 48,60% dos tutores brasileiros oferecem comida humana aos seus pets, prática que, embora comum, pode ser perigosa. Entre os alimentos mais citados estão carnes cozidas (50,62%), vegetais (40,95%) e até carne crua (35,60%). Além de somar calorias à dieta, esses itens, quando oferecidos sem critério, podem causar desequilíbrio nutricional e aumentar o risco de obesidade.

Além disso, 39,51% dos tutores acreditam que essa prática não prejudica a saúde dos animais, e 36,52% admitem oferecer comida humana apenas para agradar.

Há ainda um dado revelador: 60,15% dos tutores dizem recorrer à comida quando percebem o pet triste, entediado ou solitário, revelando que a alimentação também é usada como forma de afeto, um comportamento compreensível, mas que exige limites e orientação profissional.

Os riscos por trás dos quilos a mais

Segundo o levantamento, muitos tutores já reconhecem que a obesidade pode gerar sérias consequências à saúde:

  • 56,95% associam o problema a doenças cardíacas e pressão alta;
  • 47,85% à diabetes tipo 2;
  • 42,30% a dificuldades respiratórias.

Esses riscos, porém, vão além. Médicos-veterinários apontam que o excesso de peso pode agravar doenças articulares, ortopédicas, pancreatites, distúrbios hepáticos e até comprometer a expectativa de vida dos animais. Ainda assim, muitos tutores minimizam os impactos da condição, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz.

A falta de exercício também pesa

A obesidade é multifatorial, e o sedentarismo aparece como fator-chave:

  • 41,95% dos tutores apontam a inatividade física como principal causa da obesidade;
  • 50,90% afirmam ter dificuldade em manter os pets ativos.

Com rotinas corridas e pouco tempo para brincadeiras ou passeios, é comum que os animais acumulem peso, especialmente se continuarem recebendo alimentos calóricos em excesso.

O papel do veterinário

De forma positiva, a maioria dos tutores (75,75%) afirma confiar nos veterinários para se informar sobre obesidade e nutrição. Entre os profissionais ouvidos, 94,8% relataram aumento nos casos de obesidade nos últimos anos, e 58% observaram crescimento desde a pandemia de COVID-19.

Entretanto, 57,60% dos veterinários dizem que muitos tutores subestimam o excesso de peso dos pets, o que impacta a adesão às orientações. Há ainda um dado sensível: muitos profissionais evitam registrar formalmente os termos “obeso” ou “sobrepeso” nos prontuários, seja por receio de gerar desconforto, seja por uma normalização cultural do excesso de peso.

Caminhos para a prevenção

Para a gerente de Comunicação e Assuntos Científicos da Royal Canin Brasil, Priscila Rizelo, não se trata de negar o vínculo afetivo entre tutores e pets por meio da comida. “Oferecer alimentos como demonstração de carinho é algo natural. O desafio é garantir que isso aconteça sem prejuízos à saúde”, afirma. Segundo ela, o segredo está no equilíbrio: uma dieta planejada, com orientação veterinária, combinada a estímulos físicos e acompanhamento regular.

A obesidade em pets não é apenas uma questão estética, é um problema de saúde pública animal. A pesquisa reforça que prevenir começa com informação, empatia e acompanhamento profissional. Mais do que alimentar com amor, é preciso alimentar com consciência. Cuidar da nutrição, estimular atividades e buscar orientação são atitudes que garantem uma vida mais longa e saudável para os pets, e mais tranquila para os tutores.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias