Absolar: distribuidoras estão negando pedidos de novos projetos de energia solar

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Segundo a Absolar, do total de conexões, as residências lideram com 2,8 milhões (79%) - Pexel
Segundo a Absolar, do total de conexões, as residências lideram com 2,8 milhões (79%)

Por Denise Luna, do Broadcast

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Publicado em 10/06/2025, às 13h44
Rio, 10/06/2025 - As distribuidoras de energia elétrica têm negado de forma recorrente os pedidos de novos projetos de energia solar distribuída instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos, sob alegação de problemas com a inversão do fluxo de potência, mas sem apresentar estudos técnicos que comprovem as alegações, informou nesta terça-feira, 10, a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar).
 No momento em que a tecnologia atingiu 40 gigawatts (GW) de potência instalada, os consumidores, principalmente donos de pequenos sistemas de geração própria solar em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, têm recebido negativas para instalar seus sistemas.
 A inversão do fluxo de potência, segundo a entidade, é um fenômeno natural e previsto, que foi instituído em 2012 pela Aneel na Resolução Normativa 482 no Brasil, quando criou o sistema de compensação, que gera crédito pelo excedente de energia do painel solar do consumidor injetado na rede.
A inversão de fluxo de potência ocorre quando a energia elétrica flui em sentido contrário à direção normal, ou seja, da rede elétrica para o consumidor, em vez de da fonte de geração para o consumidor. Isso acontece quando a energia gerada localmente, como por sistemas de geração distribuída (ex: energia solar), excede o consumo local, e o excedente é injetado de volta na rede.
 A expectativa da Absolar é de que o debate em torno da proposta de reforma do setor elétrico, pela Medida Provisória (MP nº 1300/2025), possa trazer soluções para os desafios enfrentados na geração distribuída renovável, no sentido de ampliar ainda mais a democratização da tecnologia e acelerar a transição energética sustentável.
 "Neste ponto, a entidade espera que a reforma traga a exigência da comprovação pela distribuidora de prejuízo à rede elétrica para ancorar essas negativas", disse a Absolar em nota.

Investimentos

 Os investimentos acumulados em geração distribuída superam os R$ 173,7 bilhões no País, e são responsáveis pela criação de mais de 1,2 milhão de empregos verdes acumulados desde 2012. Atualmente, o Brasil tem mais de 5,3 milhões de unidades consumidoras atendidas atualmente pela tecnologia fotovoltaica, com mais de 3,6 milhões de sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.
 Do total de conexões, as residências lideram com 2,8 milhões (79%), seguidas pelos estabelecimentos comerciais, com 356 mil (10%) e o setor rural, com 306 mil (8,6%).
 "Seguiremos atuando pelo aprimoramento da reforma e modernização do setor elétrico brasileiro, sempre com o compromisso de contribuir junto ao Congresso Nacional, na busca de consensos e propostas que fortaleçam a justiça tarifária, a liberdade do consumidor e o equilíbrio do setor elétrico, sem renunciar a transição energética e a sustentabilidade", afirmou o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.
 Atualmente, a tecnologia fotovoltaica está presente em 5.566 municípios e em todos os estados brasileiros. O segmento contribuiu para uma arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 52,3 bilhões. Em termos de potência instalada, o estado de São Paulo é primeiro no ranking, com 5,7 gigawatts (GW). Na sequência, aparecem Minas Gerais, com 4,8 GW, Paraná, com 3,6 GW, Rio Grande do Sul, 3,4 GW, e Mato Grosso, 2,6 GW.
Palavras-chave Absolar Aneel Energia solar

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