Bloqueio de investigados por fraude no INSS sobe para R$ 2,8 bilhões

Envato

O pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) atinge 12 entidades associativas, seis consultorias, dois escritórios de advocacia e outras três empresas - Envato
O pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) atinge 12 entidades associativas, seis consultorias, dois escritórios de advocacia e outras três empresas
Por Paula Bulka Durães [email protected]

Publicado em 13/06/2025, às 11h18 - Atualizado às 11h36

São Paulo, 13/06/25 - O bloqueio de bens e ativos financeiros dos investigados pela fraude na folha de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) subiu para R$ 2,8 bilhões. O pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) atinge 12 entidades associativas, seis consultorias, dois escritórios de advocacia e outras três empresas, além dos sócios e dirigentes de todas as instituições. O dinheiro bloqueado deve ser utilizado para ressarcir as vítimas do desvio. 

Também foi decretado a quebra do sigilo bancário e fiscal de todos os investigados, dentro do período de janeiro de 2019 e março de 2025. A ação única, originalmente apresentada pela AGU, foi desmembrada em 15 processos judiciais, com no máximo cinco réus cada. O bloqueio anterior foi de R$ 119 milhões, também determinado pela juíza federal Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, no começo deste mês.

Mais de 3,1 milhões de beneficiários apontaram não reconhecer os descontos, segundo os dados mais recentes divulgados pelo governo federal. De acordo com as informações, 76,1% consultaram pelo aplicativo ou site "Meu INSS", 8,9% pelo canal telefônico 135 e 13,4% pelas agências presenciais dos Correios. Até o momento, 43 associações foram contestadas.

Na última quinta-feira, 12, o governo federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de crédito extraordinário para indenizar os aposentados e pensionistas que sofreram descontos não autorizados. 

Operação Sem Desconto

As fraudes são investigadas na Operação Sem Desconto, que tem por objetivo combater os descontos indevidos na folha do INSS, em que associações falsificaram assinaturas e documentos para desviar R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, de acordo com a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU).

A PF suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e enriquecimento ilícito envolvendo funcionários do governo. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros dirigentes do órgão foram afastados dos cargos. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão e foi substituído pelo então secretário executivo da pasta, Wolney Queiroz, agora titular do ministério desde o começo do mês passado.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias