Rio, 28/10/2025 - Os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1,1% em relação a setembro, já descontadas as influências sazonais, o quarto recuo consecutivo.
O índice ficou em 95,7 pontos, na zona de insatisfação, abaixo de 100 pontos. O resultado representa o menor nível desde maio de 2021, quando estava em 94,7 pontos. Na comparação com outubro de 2024, o Icec teve redução de 10,9%.
"Os dados confirmam a percepção de cautela sobre os negócios, pressionados pela taxa de juros elevada, incerteza econômica e deterioração das expectativas para os próximos seis meses”, declarou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, em nota oficial.
Na passagem de setembro para outubro, o componente de avaliação das condições atuais diminuiu 5,4%, com quedas nos itens economia (-9,1%), empresa (-2,7%) e setor (-6,3%). O componente das expectativas subiu 0,8%, com elevações nos quesitos economia (+1,5%) e setor (+1,7%), mas redução em empresa (-0,4%). O componente das intenções de investimentos teve redução de 0,4%, com quedas nos itens investimentos na empresa (-1,2%) e na contratação de funcionários (-0,4%), mas alta em estoques (+0,4%).
Leia também:Casas Bahia faz parceria com Mercado livre para impulsionar varejo digital"Em outubro, a maior parte dos varejistas (77,4%) disse observar piora no momento atual da economia; no entanto, quando questionados sobre as expectativas, a maioria (56,4%) acredita em uma melhora econômica, com recuperação no último mês após as últimas quedas desse percentual", ponderou a CNC.
A entidade frisou que, entre julho e outubro, o Icec acumulou uma perda de 10,3%.
"A sequência de quatro quedas mensais consecutivas acelerando o ritmo de retração sugere persistência do cenário de pessimismo no curto prazo. A eventual reversão depende de fatores como redução da taxa Selic, manutenção do mercado de trabalho e redução das incertezas políticas e econômicas. Embora a sazonalidade positiva do quarto trimestre (Black Friday e Natal) possa oferecer alívio temporário, os indicadores compõem um ambiente desafiador para o varejo nos próximos meses", alertou a CNC, no relatório do indicador.
Entre os segmentos varejistas, o comércio de bens não duráveis - que inclui supermercados, farmácias e lojas de cosméticos - teve queda de 0,3% na confiança em outubro ante setembro. O índice do varejo de bens de consumo duráveis diminuiu 3,2% no período, e o de bens semiduráveis caiu 1,1%.