Foto: Envato Elements
Por Cícero Cotrim e Célia Froufe, do Broadcast
[email protected]Brasília, 13/05/2025 - O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central responsável por definir os rumos da política monetária do país, chamou a atenção nesta terça-feira para o potencial impacto para a economia da nova modalidade de empréstimo, o consignado para o setor privado, que visa atender aos trabalhadores com carteira assinada.
Como o perspectiva do governo é de movimentar com essa nova linha de crédito até R$ 120 bilhões nos primeiros meses, esses recursos devem repercutir em maior consumo das famílias e consequentemente na atividade economia. Porém, em um momento de juros mais elevados, com a Selic em seu maior nível em quase 20 anos, a tendência é alta na inflação. Em outras palavras, mais dinheiro na mão da população, para alguns analistas, deve dificultar ainda mais o trabalho do BC em controlar a inflação.
Na avaliação da autoridade monetária, apesar de ainda haver muita incerteza sobre seu impacto total no mercado, parte de seus reflexos já foi incorporada em sua decisão de elevar a taxa básica de juros para 14,75% ao ano na semana passada.
Diante do atual cenário, a cúpula do BC diz já ter incorporado em seu cenário-base "algum impacto" das alterações no consignado privado sobre o crescimento, mas em sua maior parte por meio de uma elevação de renda disponível a partir da troca de dívidas.
"Ainda há muita incerteza sobre qual será o efeito total do programa, que ainda se encontra em período inicial, então o Comitê acompanhará os dados atentamente para refinar os impactos estimados sobre o mercado de crédito e sobre a atividade", considerou.
Tal medida, conforme a diretoria do BC, não deve ser interpretada como medida cíclica e representa, possivelmente, uma alteração estrutural no mercado. "De todo modo, na condução de política monetária, tais medidas serão devidamente incorporadas para a determinação apropriada da restrição monetária necessária para a convergência da inflação à meta", adiantou.
O Copom voltou a dizer que o mercado de crédito se manteve forte nos últimos trimestres em função do dinamismo do mercado de trabalho e da atividade econômica, contribuindo para impulsionar a atividade.
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