Divulgação Banco Central
Por Fabiana Holtz
[email protected]Você já deve ter ouvido falar de taxa de juros e seu impacto para a economia. Mas quem decide a taxa de juros e para que ela serve? O que tem a ver taxa Selic com inflação. Para começo de conversa, qualquer decisão de mudança na taxa básica de juros de um país tem fortes repercussões no custo do crédito, preço dos alimentos e dos serviços, na taxa de câmbio, decisões de investimentos e nos rendimentos das aplicações financeiras.
O principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central é calibrar a taxa de juros (Selic) para o controle da inflação. Para entender um pouco mais sobre essa mecânica de juros e inflação, acompanhe abaixo:
Por que o Copom, sigla sempre tão comentada pelos economistas, é tão importante? O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central responsável por definir os rumos da política monetária do país. Seu atual presidente, Gabriel Galípolo, conta com o apoio de um grupo integrado por oito membros, que respondem por diferentes áreas do órgão, para definir a cada 45 dias a taxa básica de juros da economia, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).
São oito reuniões por ano, que normalmente ocorrem em dois dias seguidos. Seu calendário sempre é divulgado até o mês de junho do ano anterior.
Durante os encontros, os diretores do BC e o presidente do órgão são municiados com dados técnicos que tratam da evolução e perspectivas da economia brasileira e mundial. Com isso, o grupo tem em mãos informações suficientes para embasar sua decisão.
As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação oficial (medida pelo IPCA) situe-se em linha com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - que por sua vez é composto pelo presidente do Banco Central e os ministros da Fazenda e do Planejamento.
Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o BC precisa se comunicar de forma clara e transparente. Além do comunicado e da ata da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Política Monetária (denominado Relatório de Inflação entre 1999 e 2024), que analisa a evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a inflação.
A escolha pela alta ou o corte da taxa de juros é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados.
Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados. As atas das reuniões são publicadas no prazo de até quatro dias úteis.
Uma vez definida a taxa Selic, o BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para assim manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião do Copom.
Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Ela é o principal instrumento de política monetária para controlar a inflação.
A Selic influencia outras taxas de juros do país, sendo a referência para taxas de crédito, financiamento e remuneração de aplicações financeiras, por exemplo.
Em momentos de alta da inflação, o BC tende a elevar a taxa Selic para esfriar a economia e reduzir a demanda, o que, consequentemente, contribui para conter o aumento de preços.
Um aumento na Selic torna o crédito mais caro para as empresas e consumidores, reduzindo o consumo e investimentos. Ou seja, desacelera a economia, favorecendo a queda na inflação.
Já a redução da Selic tem o efeito contrário, estimula o consumo e investimentos das empresas através do crédito mais barato, o que pode elevar o nível de emprego. Por outro lado, isso também pode ter uma repercussão negativa para o risco de inflação já que o aumento de renda disponível da população pode elevar os preços. No chamado ciclo econômico, há muitas variáveis a se observar, dentro e fora do País. Mas isso é tema para outra conversa.
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