Em cúpula contra fome, Lula defende imposto global de 2% sobre super ricos

Ricardo Stuckert/PR

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante abertura do Fórum Mundial da Alimentação, da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, realizada na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) - Ricardo Stuckert/PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante abertura do Fórum Mundial da Alimentação, da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, realizada na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)

Por Gabriel de Sousa, do Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 13/10/2025, às 12h59

Brasília, 13/10/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta segunda-feira, 13, a adoção de um imposto global de 2% sobre ativos de super-ricos para arrecadar fundos para acabar com a fome no planeta. A declaração dele foi na abertura do Fórum Mundial da Alimentação, em Roma.

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“673 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar. Com base em dados do Programa Mundial de Alimentos, é possível estimar que garantir três refeições diárias a essas pessoas, custaria cerca de 315 bilhões de dólares. Isso representa 12% dos 2,7 trilhões de dólares consumidos anualmente com gastos em armas. Estabelecendo o imposto global de 2% sobre o ativos de super-ricos obteríamos esse montante”, declarou Lula.

Segundo o presidente, não é possível fazer uma dissociação entre a insegurança alimentar e a divisão entre ricos e pobres, homens e mulheres e países ricos e os em desenvolvimento. Lula também afirmou que poucas iniciativas contribuiriam tanto com o combate à fome do que uma “reforma da arquitetura financeira internacional”.

Na tribuna da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Lula defendeu mecanismos para auxiliar países que enfrentam a insegurança alimentar em larga escala como a redução de custos de empréstimos, o aperfeiçoamento do sistema tributário e o alívio de dívidas de países pobres.

É possível superar a fome por meio de ação governamental, mas governos só podem agir se dispuserem de meios. Ampliar o financiamento ao desenvolvimento, reduzir os custos de empréstimos, aperfeiçoar os sistemas tributários e aliviar a dívidas dos países mais pobres são medidas cruciais. Não basta produzir, é preciso distribuir”.

Além disso, ele afirmou que é preciso que governos “coloquem o pobre no orçamento” e rebateu críticas que associam políticas públicas a práticas assistencialistas. O petista também fez coro ao multilateralismo e disse que a fome é irmã da guerra, inclusive a tributária. Ele, porém, não citou o tarifaço global imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Lula também elogiou a FAO e disse que a entidade das Nações Unidas será indispensável enquanto a fome ainda for uma realidade nos países. Ele, porém, disse reconhecer tanto a capacidade de ação coletiva quanto o otimismo dos chefes de Estado estão “abalados”.

Ao falar sobre a COP-30, que será realizada em Belém, em novembro, Lula defendeu que os países redobrem a cooperação para enfrentar os desafios climáticos e que isso deve caminhar ao lado do combate à fome e pobreza.

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O presidente também sugeriu a adaptação dos sistemas alimentares para a nova realidade do clima, mas alertou que isso demandaria muitos recursos de países ricos.

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