IBGE: desalento alcança 3,228 milhões de pessoas no trimestre até março

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A população desalentada é definida como aquela que está fora da força de trabalho

Por Daniela Amorim, do Broadcast

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Publicado em 30/04/2025, às 11h39

Rio, 30/04/2025 - O Brasil registrou 3,228 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em março, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número representa um aumento 6,6% ou de 200 mil desalentos em relação ao trimestre encerrado em dezembro. No ano, no entanto, 367 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 10,2%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. 

Taxa de desemprego

No período, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,0%, o menor resultado para esse período do ano. Esse é o quarto trimestre móvel de avanços consecutivos. Considerando toda a série histórica, a taxa subiu em março ao maior patamar desde o trimestre terminado em maio de 2024, quando estava em 7,1%.  No trimestre terminado em março de 2024, a taxa estava em 7,9%. No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desocupação estava em 6,8%.

O resultado veio em linha com as expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 6,8% e 7,2%, com mediana de 7,0%.

Aumento de renda

A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.410 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 345,048 bilhões no trimestre até março, alta de 6,6% ante igual período do ano anterior.

O País totalizou 102,483 milhões de trabalhadores ocupados no primeiro trimestre do ano.  Houve o fechamento de 1,335 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,280 milhões de pessoas.

Nível de ocupação

O nível da ocupação - porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar - passou de 58,7% no trimestre encerrado em dezembro para 57,8% no trimestre até março. No trimestre terminado em março de 2024, o nível da ocupação era de 57,0%.

Já a população desocupada expandiu em 891 mil pessoas no período, totalizando 7,714 milhões de desempregados no trimestre até março. Em um ano, 909 mil pessoas deixaram o desemprego no País.

A população inativa somou 66,975 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, 805 mil inativos a mais que no trimestre anterior. Em um ano, houve elevação de 82 mil pessoas na inatividade.
Por outro lado, faltou trabalho para 18,463 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 15,2% no trimestre até dezembro para 15,9% no trimestre até março. No trimestre até março de 2024, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 17,9%.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

A população subutilizada subiu 4,0% ante o trimestre até dezembro, 706 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até março de 2024, houve um recuo de 10,8%, menos 2,243 milhões de pessoas.
No mesmo período, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,4%, ante um patamar de 4,8% no trimestre até dezembro.

Em todo o Brasil, há 4,552 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até dezembro para o trimestre até março, houve um recuo de 394 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 603 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

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