Lula vai criar linha de crédito de R$ 30 bilhões para prejudicados pelo tarifaço

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Em entrevista à Bandnews, o presidente Lula afirmou que é preciso ajudar os empresários a abrir e brigar por mercados - Bandnews
Em entrevista à Bandnews, o presidente Lula afirmou que é preciso ajudar os empresários a abrir e brigar por mercados

Por Geovani Bucci e Gabriel de Sousa, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 12/08/2025, às 19h00
São Paulo e Brasília, 12/08/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira, 12, que assinará amanhã uma medida provisória (MP) criando uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas brasileiras prejudicadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula ressaltou que o montante faz parte de um plano de contingência que "é só o começo" e que deverá ser ampliado conforme a necessidade.
 Em entrevista à BandNews, o presidente afirmou que é preciso ajudar os empresários a "abrir e brigar por mercados", ressaltando que eles não devem deixar "barato" a sobretaxa de Trump. Ele lembrou que há legislação nos EUA que permite às companhias processarem o governo local em situações desse tipo.
Leia também: OMC confirma queixa formal do Brasil contra tarifaço dos EUA
 "Estamos pensando em ajudar, sobretudo, as pequenas empresas, o pessoal que exporta tilápia, frutas, mel, máquinas. As grandes têm mais poder de resistência", disse o petista. "Estamos estabelecendo um certo padrão de fazer uma 'briga' na Organização Mundial do Comércio (OMC)."
 O presidente acrescentou que o Brasil estuda medidas de reciprocidade, mas enfatizou que a intenção não é fazer bravatas. "Estamos pensando no que a gente vai colocar como reciprocidade. Não queremos fazer bravata", disse.

Moeda para o comércio

Lula também disse que o Brasil pode levar ao grupo dos Brics a discussão sobre a criação de uma moeda para o comércio internacional. Ele disse estar aberto ao debate. "Precisa alguém me convencer de que estou errado" sobre a necessidade de uma moeda comum entre os países do bloco.

"É importante lembrar que, em 2004, fiz um acordo com a Argentina para que pudéssemos comercializar em reais e em pesos. Não podemos ficar dependentes do dólar", disse Lula. "É plenamente possível. Demora porque as pessoas estão acostumadas. Mudanças têm resistência."

No entanto, o presidente fez uma ressalva de que não quer "mexer" com o dólar, mas ressalta que a ideia de moeda alternativa não foi testada. Segundo Lula, os Estados Unidos estão com "ciúme" da relação do Brasil com os Brics. E ainda deu uma indireta para os governadores brasileiros que criticam a sua postura, ironizando se eles leem jornais ou não.

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