Foto: Ricardo Stuckert / PR
Por Célia Froufe e Laís Adriana, enviadas especiais, e Daniela Amorim, do Broadcast
[email protected]Rio de Janeiro, 06/07/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um Estado palestino dentro dos limites criados em 1967 para garantir o fim do conflito na Faixa de Gaza, em seu discurso de abertura da Cúpula dos Brics, que ocorre no Rio de Janeiro. A sessão de abertura tem como tema “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global”.
O presidente disse que “nada justifica as ações terroristas cometidas pelo Hamas, mas que não é possível permanecer indiferente ao genocídio praticado por Israel em Gaza” com a “matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra”.
Lula mencionou outros conflitos globais, destacando que o governo brasileiro condenou os atentados em Caxemira - que ampliaram temporariamente tensões entre Índia e Paquistão. O presidente frisou que as violações de integridade territorial dificultam esforços de não-proliferação de armas atômicas.
Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Lula acusou ações sem amparo no direito internacional de aumentar a tendência de repetir de forma mais grave o “fracasso” das operações no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria. “Suas consequências para a estabilidade do Oriente Médio e Norte da África, em especial no Sahel, foram desastrosas e até hoje são sentidas”, disse.
Novo membro do Brics, o Irã foi recentemente atacado por forças americanas em uma ação para destruir seu programa nuclear e exigiu a menção de repúdio à escalada de tensões no Oriente Médio no comunicado final do bloco.
“O governo brasileiro denunciou as violações à integridade territorial do Irã, como já havia feito no caso da Ucrânia. É urgente que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo”direto com vistas a um cessar-fogo e paz duradoura”, acrescentou, sem mencionar a Rússia.
Lula acusou ainda a comunidade internacional de ignorar “gravíssimas crises em outras partes do mundo” e quem, para isso, o Grupo de Amigos da Paz - liderado por Brasil e China - procura identificar caminhos para o fim das hostilidades com a participação do Sul Global.
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