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Lula diz que mudança climática não ameaça do futuro, mas uma tragédia do presente

Bruno Peres / Agência Brasil

Na abertura da COP30, Lula defendeu o desvio de gastos com guerras para ações socioambientais e disse que pode haver mais demarcações de terras indígenas - Bruno Peres / Agência Brasil
Na abertura da COP30, Lula defendeu o desvio de gastos com guerras para ações socioambientais e disse que pode haver mais demarcações de terras indígenas

Por Por Renan Monteiro e Mateus Maia, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 10/11/2025, às 13h12
Belém, 10/11/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje que os desastres ambientais em diferentes partes do mundos mostram os efeitos práticos da transformações nos padrões de temperatura e clima. "A mudança do clima não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente", disse em seu discurso de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
 Lula declarou que o mundo, neste tema, está avançando no caminho certo, porém, na "velocidade errada". O seu discurso contempla ainda o argumento de que a elevação da temperatura global espalha "dor e sofrimento especialmente entre as populações mais vulneráveis".

Acordo de Paris

 Outro destaque no pronunciamento foi a defesa do Acordo de Paris. Se esse acordo não fosse aprovado, o mundo estaria "fadado ao aquecimento catastrófico de quase 5°C", afirmou Lula.
 O presidente também falou sobre financiamento climático. As presidências da COP29, do Azerbaijão, e da COP30, do Brasil, anunciaram na semana passada o chamado "Mapa do Caminho de Baku a Belém", um plano para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035.
 A meta vai exigir esforços significativos tanto de fontes tradicionais quanto da criação de mecanismos financeiros novos, em um momento de crise no multilateralismo. "Os obscurantistas rejeitam a ciência e os progressos do multilateralismo", afirmou Lula. Para ele, este seria o momento de "impor uma nova derrota aos negacionistas".

Financiamento climático em vez de guerra

Lula repetiu os argumentos centrais na defesa do financiamento climático, ao defender o desvio do fluxo de recursos para ações socioambientais, em detrimento de gastos com guerras. “Se os homens que fazem guerra estivessem aqui, eles veriam que é mais barato ajudar o clima do que fazer guerra”, declarou. Antes da fala do presidente brasileiro, o secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Simon Stiell, usou seu discurso de abertura para traçar as vantagens econômicas para a transição para o desenvolvimento sustentável.
 Lula reconheceu que seria mais fácil realizar a COP em uma cidade sem problemas do ponto de vista logístico, mas alegou que a Conferência em Belém estaria sendo proeza. Lula pediu ainda para os delegados e outros participantes aproveitarem a cultura da cidade. “Trazer a COP para o coração da Amazônia foi uma tarefa árdua, mas necessária”, declarou.

Mais áreas demarcadas

 O presidente tamnbém disse hoje que “talvez” seja necessário ampliar o porcentual de áreas demarcadas para povos indígenas no Brasil, hoje em mais de 13% do território nacional. O processo de demarcação é o meio administrativo para identificar e sinalizar os limites do território tradicionalmente ocupado pelos povos indígenas.
“É fundamental reconhecer o papel dos territórios indígenas e de comunidades tradicionais nos esforços de mitigação. No Brasil, mais de 13% do território são áreas demarcadas para os povos indígenas. Talvez ainda seja pouco. Uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, forjadas sobre séculos de emissões. A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável”, declarou Lula.

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