Ricardo Stuckert / PR
Por Gabriel de Sousa e Laís Adriana, da Broadcast
redacao@viva.com.brSão Paulo, 26/10/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que teve uma "ótima reunião" com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, na qual discutiu "de forma franca e construtiva" a agenda comercial e econômica na tarde deste domingo, na Malásia.
"Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra autoridades brasileiras", escreveu Lula em publicação no X, acompanhada de uma foto dos dois chefes de Estado.
Foi a primeira declaração pública de Lula desde o encontro. A reunião, antecipada para começar às 4h30 (de Brasília), durou cerca de uma hora.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também participou do encontro entre os presidentes, disse que espera concluir em pouco tempo uma negociação bilateral que trate dos setores afetados pelo tarifaço americano aos produtos brasileiros.
"Esperamos, em pouco tempo agora, em poucas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil", disse, em declaração à imprensa nos arredores da Cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean, em inglês), após o encontro dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos.
Vieira disse ainda que Lula pediu para que as tarifas brasileiras sejam suspensas durante o prazo de negociação que começará hoje.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Márcio Elias Rosa, detalhou que Trump afirmou que a taxação ao Brasil é diferente de outros países do mundo, já que os EUA possuem superávit na balança comercial.
Vieira e Elias Rosa serão os representantes brasileiros de reunião que deve ocorrer ainda hoje, durante à noite (horário malaio). Por parte dos EUA, participarão o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial, Jamieson Greer.
Além de voltar a pedir a suspensão de tarifas, o presidente Lula disse, no início da reunião com Trump, que não havia assunto proibido a tratar com o americano. De acordo com Elias Rosa, foi Lula quem decidiu citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), comparando o julgamento dele com as sanções americanas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para argumentar serem injustificáveis as medidas contra o Judiciário brasileiro.
"O presidente Lula usou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades do Supremo Tribunal Federal, sobre o quão injusta é essa medida em relação a esses ministros, porque se respeitou o devido processo legal e não há nenhuma perseguição de natureza política ou jurídica", disse Elias Rosa.
Ainda no encontro com Trump, segundo o ministro Mauro Vieira, Lula se prontificou a atuar como um interlocutor entre o americano e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os EUA e a Venezuela estão em crise após Trump fazer ataques contra navios venezuelano sob o argumento de combate ao narcotráfico internacional. Segundo a rede de notícias CNN, a Casa Branca está avaliando atacar instalações de produção de cocaína e rotas do tráfico de drogas dentro do território venezuelano. O governo americano também cogita realizar uma abordagem diplomática.
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