WILTON JUNIOR
Por Gustavo Nicoletta, Cícero Cotrim e Wilian Miron, da Broadcast
redacao@viva.com.brSão Paulo e Brasília, 03/08/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo tem que fazer aquilo que pode, e que há limites no discurso que ele pode adotar para brigar com o governo dos Estados Unidos em relação à tarifa de 50% aplicada aos produtos nacionais. "Não posso falar tudo que acho que devo, tenho que falar aquilo que é possível, o que é necessário", afirmou Lula durante o 17º Encontro Nacional do PT, realizado hoje.
Lula disse, porém, que não pode falar fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia. "A gente fala em igualdade de condições com os dois. Essa é que é a lógica da política”.
O presidente brasileiro disse que o País quer negociar em igualdade de condições com os Estados Unidos porque tem "tamanho, postura e interesses" para isso. Ele classificou como "inaceitável" o governo norte-americano usar justificativa política - a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro - como um dos motivos para tarifar os produtos brasileiros.
"O Brasil hoje não é tão dependente quanto já foi dos Estados Unidos. O Brasil tem uma relação comercial muito ampla, no mundo inteiro. A gente está muito mais tranquilo do ponto de vista econômico, mas obviamente não vou deixar de compreender a importância de relação diplomática com os Estados Unidos", disse Lula.
"Mas quero saber daqui para frente o que é que eu faço. E eles têm que saber que temos o que negociar. Temos tamanho, temos postura, temos interesses econômicos e políticos para negociar", afirmou Lula. "As propostas estão na mesa. Já foram apresentadas", acrescentou.
Mesmo com a crise das hospedagens para os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) em Belém (PA) , Lula dissse que o Brasil fará a melhor COP já realizada. segundo ele, isso começa a assustar as pessoas que acham que são donas do mundo.
"Fizemos a melhor reunião do G20 já feita na história, aqui no Brasil. Fizemos a maior reunião do Brics já realizada, aqui no Brasil”, afirmou o petista.
Ele acrescentou que está contente com o que tem conseguido fazer no País e rebateu críticas de que o governo não teria credibilidade. "O que nós fizemos não chegou para ninguém ainda. É muito lançamento dentro do Palácio do Planalto e pouco lançamento na rua."
O presidente afirmou que é preciso colocar a política no debate, e afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro não fez nada no País, mas fez um debate sobre política.
Lula disse que está orgulhoso porque o Brasil saiu do mapa da fome em dois anos de meio de seu mandato. "Fico feliz porque no meu discurso de 2003, a coisa mais forte que eu disse foi que, se ao terminar o meu mandato, eu tivesse conquistado o direito de cada mulher, de cada homem e de cada criança, tivesse almoçado, tomado café e jantado, eu teria realizado a missão da minha vida", disse ele se dirigindo a Edinho Silva, presidente eleito do Partido dos Trabalhadores.
Lula disse, ainda, que é muito pouco para um partido de esquerda, que deveria ter como meta buscar o socialismo, mas que como dirigente sindical aprendeu a não fazer bravatas e a prometer apenas o que pode fazer.
O presidente disse que vive seu melhor momento, aos 79 anos, e que está motivado para as eleições de 2026. Segundo ele, "a velhice é um dom de Deus" e que viver mais não significa estar velho fisicamente e mentalmente. Lula afirmou, ainda, que se sente com 30 ou 28 anos.
"Pode ter certeza que sou um cara otimista. Estou muito motivado, muito, mas muito motivado", disse.
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