Lula quer fazer da COP30 um mutirão pela implementação dos compromissos climáticos

Brasília, 23/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quer fazer da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) um “grande mutirão” em prol da implementação dos compromissos climáticos. De acordo com o petista, neste ano, todos os países devem apresentar suas novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), com metas de redução de emissões de carbono até 2035.

“No Brasil, quando queremos mobilizar esforços em torno de um objetivo comum, utilizamos uma palavra de origem indígena chamada ‘mutirão’. Queremos fazer da COP30 um grande mutirão em prol da implementação dos compromissos climáticos”, disse Lula durante Cúpula Virtual sobre Ambição Climática, segundo discurso divulgado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom). De acordo com o petista, guerras, corridas armamentistas e cortes na ajuda ao desenvolvimento e no financiamento climático “nos empurram para trás”.

“O planeta já está farto de promessas não cumpridas. Neste ano, todos os países devem apresentar suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, as NDCs, com metas de redução de emissões de carbono até 2035”, acrescentou Lula.

O brasileiro cobrou atuação das nações mais desenvolvidas. “Os países ricos, que foram os maiores beneficiados pela economia baseada em carbono, precisam estar à altura de suas responsabilidades”, citou.

De acordo com o petista, está nas mãos dos países ricos antecipar metas de neutralidade climática e ampliar o financiamento até o objetivo de US$ 1,3 trilhão. Com isso, fez um chamado especial por apoio a quatro iniciativas que devem pavimentar o caminho até Belém, dentre elas, a Aliança Global de Combate à Fome.

“Esta cúpula representa o início de um amplo movimento rumo à COP 30”, comentou. Segundo Lula, também está sendo formulado um Plano Clima que contemplará estratégias de mitigação, adaptação e justiça climática.

“A menos de sete meses da COP30, que o Brasil sediará em Belém do Pará, o planeta parece estar entrando em território desconhecido pela ciência”, comentou, citando a pior seca já registrada na Amazônia.

“Negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer. Precisamos assegurar que o multilateralismo e a cooperação internacional sigam como pedra angular da resposta global à mudança do clima”, afirmou.

Conforme o presidente brsileiro, apesar das investidas contra o Acordo de Paris, foi graças a ele que foram reveritidas as projeções mais pessimistas de elevação da temperatura, que previam aumento de quatro graus até o fim do século.

No discurso, o chefe do Executivo brasileiro aproveitou para lamentar mais uma vez a morte do papa Francisco. “Tenho certeza de que seus ensinamentos sobre a necessidade de uma ‘ecologia integral’, que enxergue a natureza e o ser humano como uma totalidade, vão nos servir de inspiração."